Obesidade deve atingir 30% da população adulta no Brasil em 2030

 Obesidade deve atingir 30% da população adulta no Brasil em 2030

O Brasil deverá ter, até 2030, quase 30% de sua população adulta com obesidade, conta neste domingo a Folha de S. Paulo. A projeção foi feita pela World Obesity Federation, uma organização internacional voltada para redução, prevenção e tratamento da obesidade. Atualmente, dados da Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) de 2021, uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde, indicam que 22% da população brasileira adulta apresenta obesidade.

Os números da World Obesity Federation também apontaram que a condição pode ser uma realidade para mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo até 2030. Para efeito de comparação, em 2010 o número era aproximadamente a metade.

"Alguns fatores relativamente conhecidos para obesidade estão impactando países que anteriormente não tinham altas taxas, como um largo acesso a comidas muito industrializadas e de alimentos refinados", diz Carlos Schiavon, cirurgião bariátrico e coordenador da ONG Obesidade Brasil.

No Brasil, caso se confirme a projeção para 2030, o país vai se tornar a quarta nação com maior número absoluto de pessoas com excesso de peso no mundo, atrás somente dos Estados Unidos, da China e da Índia.

"Se formos ver o número de cirurgias bariátricas, são três mulheres operadas para cada homem. Então realmente há uma incidência e prevalência maior em mulheres comparada a homens" afirma Ricardo Cohen, coordenador do Centro de Obesidade e Diabetes do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

Segundo ele, o quadro pode ter relação com aspectos genéticos. 

"Prevenção da obesidade e tratamento são coisas totalmente diferentes. Atividade física e orientação dietética são fundamentais para prevenção da obesidade, mas não para tratamento. O tratamento tem sempre esse binômio, faça mais atividade física e coma melhor, junto com uma intervenção medicamentosa ou cirúrgica", afirma. No entanto, o médico afirma que ainda há um problema em identificar a necessidade de realizar esses mecanismos de tratamento —seja com remédio ou com cirurgia bariátrica— porque, às vezes, não se encara a gravidade da doença.

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