Eis a análise que faz o economista-Chefe da Farsul, Antônio da Luz, ao alertar para as ameaças ao agro brasileiro no ano que vem, conforme balanço anual da entidade, esta semana.:
Em 2023, devemos ter um crescimento do PIB puxado pelo agro. Nossa produção [do Rio Grande do Sul] de grãos deve aumentar 8,1%. Parece que está bem, mas não está, pois é uma comparação de um ano ruim com um ano péssimo. O maior problema do agro no momento é a defasagem de preços dos produtos, exemplificando com a soja, cujo valor caiu 26% em um período de três meses a partir do início da colheita em 2023. O principal gargalo se encontra na logística. Precisamos evoluir na logística. O agro está colocando dinheiro no lixo.
Trinta e cinco por cento do que se exportou no porto de Rio Grande veio de outros Estados. Não temos mais infra-estrutura.
O economista colocou em três pontos os riscos que podem atingir os produtores em 2024.
O primeiro deles seria uma eventual recessão global. Não sabemos se vai ter, mas não podemos negar a possibilidade disso ocorrer. O impacto incluiria uma forte queda no preço das commodities, redução significativa na demanda por algodão e carnes, aumento do custo do dinheiro e escassez de crédito e tendência de redução do preço do petróleo. As outras duas ameaças seriam a elevação dos juros e uma eventual quebra do setor imobiliário chinês. Com a alta dos juros, ocorreria uma escassez de recursos, a dificuldade de manter a trajetória de queda da taxa Selic e menor crescimento econômico. No caso de uma crise imobiliária na China, haveria uma queda significativa na demanda por commodities. A orientação geral do economista para se prevenir diante de tais ameaças é o corte de custos, o fortalecimento da liquidez e a máxima preservação do caixa.
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