- Texto retirado das redes sociais do autor.
Certas pessoas comparecem às nossas vidas de uma forma definitiva. Um Monte de lembranças
sólidas qual as Rochas, digo para usufruir de seu nome.
Formamos um trio atuando na linha de frente na área da comunicação. Os anos 70 punham o
pé na estrada e nós inaugurávamos a Exitus Publicidade.
Com textos irreverentes dominávamos a Rádio Continental, nos anos de chumbo. Ricardo
Campos, o mais jovem do trio, trazia para nós o ritmo dos novos tempos. Plínio era o homem
das artes. Das concepções gráficas. Eu, o inquieto e propositivo redator.
Mas não ficamos aí. Inauguramos os espetáculos de massa no Gigantinho, com shows de Billy
Paul e Glória Gaynor. Atrevidos, encaramos a primeira campanha política nos inícios de
democratização.
Fomos únicos, os publicitários estavam de joelhos ante o poder dominante.
Ali estava o Plinio, com suas vinte viagens à Europa.
Com sua inquietude perante inovações técnicas, sua consciência minuciosa sobre as mutações
do poder.
Ali estava um parceiro amigo.
O tempo esparge folhas de jornal pelas calçadas e pessoas por inesperados rumos. Cada um de
nós deu remos à sua vida.
Mas não nos dispersamos. Os fios da memória, os laços da amizade ainda e muito nos
aproximavam.
Plinio em minha casa, em minha mesa, nos víamos em Gramado. E quando nos distanciamos,
novamente, Ricardo me abastecia de notícias.
Hoje sabemos que nuvens plúmbeas toldam seus dias.
Sabemos ser previsível seu adeus.
Mas as pessoas deixam uma herança valiosa de impressões e só morrem quando são esquecidas.
Plínio era, foi e será um amigo para sempre. E não será esquecido. Com seus erros, seus acertos,
suas luzes e suas sombras, viveu intensamente seu tempo.
A palavra esquecimento não encontra lugar em sua memória.
Sejamos dignos do afeto que ele nos devotou.
Luiz Coronel 15 de março 20
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