Febeapá
Astor Wartchow
Advogado
Nosso
processo político-eleitoral é rico na produção de gafes e bobagens ditas por
candidatos e assessores, possivelmente à conta da diversidade social e o nível
de tensão e nervosismo. Logo, compreensível e perdoável.
Esta temática
não é nova. À época da ditadura militar, em 1966, para ser mais exato,
tornou-se famosa a obra do carioca Sérgio Porto (1923-1968), mais conhecido
como Stanislaw Ponte Preta.
Coletânea de
crônicas, o “febeapá - festival de besteiras que assola o país” - reproduzia e
comentava de modo humorístico e debochado casos reais publicados na imprensa.
Agora, recém
definidos os candidatos e iniciada a campanha eleitoral propriamente dita,
pipocam episódios cômicos, gafes, promessas absurdas e rompantes ideológicos.
No debate na
rádio Gaucha, o governador Sartori, ao se apresentar, agradeceu o convite da
rádio Guaíba. Já o esquecido Bolsonaro foi para o debate com “cola” escrita na
palma da mão, à moda estudantil. “Pesquisa, Armas, Lula”. Três palavras apenas!
Em entrevista
com Luciano Huck, Geraldo Alckmin saudou
a esposa do apresentador, mas ao fazê-lo nominou Eliana, uma antiga namorada.
Detalhe: Angélica estava na platéia. Outra do Alckmin: queria elogiar sua vice
Ana Amélia, mas mencionou Kátia Abreu (vice de Ciro Gomes), ambas ligadas ao
agronegócio.
Aliás, Ciro
começou demagogicamente a campanha. Prometeu retirar 60 milhões de pessoas do
SPC (serviço de proteção ao crédito). Com dinheiro público. Pode isto,
Arnaldo? A assessoria de Ciro e Kátia
também não ajudou. Publicaram a foto (santinho) da vice Kátia (56 anos)
completamente repaginada (photoshop) como se tivesse apenas 36 anos. Ela achou
graça.
O
presidenciável e fanático religioso Cabo Daciolo é uma piada pronta. Deve achar
que Deus é brasileiro. Quando deputado quis mudar a Constituição Federal para
dizer que “todo poder emana de Deus”, substituindo a atual expressão “todo
poder emana do povo”.
Não menos
fanáticos são os autores intelectuais da manobra que envolveu a ONU em
incompetente e voluntariosa manifestação (devem ser os mesmos que foram apelar
ao Papa!).
Esclarecendo:
noticiado como se fosse decisão da ONU (pedindo que o Brasil tome as medidas
necessárias para garantir que Lula, mesmo preso, participe das eleições
presidenciais), tratava-se, porém, de comunicado do Comitê de Direitos Humanos.
Que não tem nenhum poder decisório ou mandatório.
O Escritório
de Direitos Humanos (site oficial da ONU) esclarece que não se deve confundir o
Comitê com o Conselho de Direitos Humanos, órgão formado por diplomatas de 47
países e que se reporta à Assembléia Geral da Nações Unidas, o órgão máximo da
entidade. Nada consta sobre o caso Lula.
Quando não é
“fake news”, é o febeapá!
NIVELAR TODOS POR BAIXO TAMBÉM É ESPECIALIDADE DE ALGUNS! SÓ BOLSONARO ESTÁ JUNTO COM AMOEDO, ACIMA DESSA CORJA COMUNISTA CORRUPTA!
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