Demonstra estar desesperado e isto já desde antes da
prisão de seu sogro emprestado.
O ataque ao ministro Sérgio Moro que simplesmente pediu
publicamente que o pacote anticrime transitasse junto com a PEC da previdência,
chamando-o de funcionário do Bolsonaro e copiador de um projeto que “ele, Maia”
tinha pedido ao ministro do STF Alexandre de Morais e que até agora não foi
sequer pautado na câmara, demonstra claramente a megalomania que está
corporificada na presidência da casa. “Moro que fale com o Bolsonaro e o
Bolsonaro que fale comigo”.
Ontem, 22 de março, Maia ataca o próprio Bolsonaro
dizendo literalmente em entrevista à TV Globo: "Ele [Bolsonaro] precisa
ter um engajamento maior. Ele precisa ter mais tempo pra cuidar da Previdência
e menos tempo cuidando do Twitter, porque, se não, a reforma não vai andar.
O Estado é, ou deveria ser, formado por três poderes:
Executivo, Legislativo e Judiciário. É isto que diz a constituição federal pelo
menos em teoria, porque hoje, o Judiciário já está assumindo a função de
legislador no lugar do parlamento o qual cada dia se torna mais obsoleto e
desnecessário.
A quem interessam o Pacote Anticrime e a Reforma da
Previdência? Segundo Maia, ao Bolsonaro. E o que Bolsonaro tem que fazer para
que estes projetos que “lhe interessam” sejam aprovados? “Articular”.
Bolsonaro não “articula”. Escolheu seu ministério e
praticamente todo o primeiro escalão entre pessoas que, pelo menos segundo seu
próprio critério, tivessem capacidade técnica para exercer as funções exigidas
pelos cargos assim como reputação ilibada. Isto já queimou seu filme junto aos
partidos políticos acostumados a ganhar ministérios e estatais de porteiras
fechadas.
A grita contra a falta de “articulação” continuou no
parlamento forçando o governo a decidir por aceitar indicações dos partidos,
não sem antes impor algumas condições através do decreto 9.727 que estabelece
as regras para contratação de cargos em comissão do Grupo-Direção e
Assessoramento Superiores – DAS, os mais importantes dentro da administração
pública:
• idoneidade
moral e reputação ilibada;
• perfil
profissional ou formação acadêmica compatível com o cargo ou a função para o
qual tenha sido indicado;
• não
enquadramento nas hipóteses de inelegibilidade previstas no inciso I do caput
do art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990.
Danou-se.
Bolsonaro, realmente, não sabe o que é “articular”. Impôs
regras que praticamente impedem à maioria dos partidos encontrar entre seus
membros, pessoas que atendam às exigências do decreto.
Maia quer que Bolsonaro “articule”. Mas o que ele entende
por “articular”?
É a abertura dos cofres públicos aos rapineiros de
plantão. Maia é a corporificação do toma-lá-dá-cá. Por isso está tão irritado
com o governo.
Com estas regras criadas por Bolsonaro, Maia não consegue
convencer nenhum parlamentar a votar o Pacote Anticrime que atinge diretamente
o coração do parlamento, e nem a PEC da Previdência que igualmente ataca os
fantásticos privilégios auto atribuídos pelos membros da casa.
Não tendo moeda de troca, aqui no sentido literal, Maia
perde toda a liderança conquistada através de “articulações” em seu mandato
anterior, e abdica da sua função de legislador jogando-a nas costas do
Bolsonaro.
Afinal, a quem interessam o Pacote e a PEC? Ao país
parece que não. O futuro da nação que se exploda. O que importa é “articular”.
O Amigo Lula “articulou”, o Sem Medo Temer “articulou”, o
sogro Angorá Moreira Franco “articulou”, o Caranguejo Cunha “articulou”. E
todos estes mestres articuladores estão tendo a rara experiência de ver a super
lua nascer quadrada.
O que está em jogo nada mais é que o futuro da nação
brasileira. É muito sério. Sério demais para ser posto em risco por joguinhos
entre “articuladores”.
Por muito menos aconteceu o 31 de março.
O autor é diretor da FJacques - Gestão através de Ideias
Atratoras, Porto Alegre, e autor do livro “Quando a empresa se torna Azul – O
poder das grandes Ideias”.
www.fjacques.com.br -
fabio@fjacques.com.br
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