A
notícia é que o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) estará no Rio
Grande do Sul, em abril, para receber a medalha do Mérito Farroupilha,
concedida pela Assembleia Legislativa por proposição do deputado estadual Ruy
Irigaray (PSL). E o lado B da notícia é que a deputada estadual Luciana Genro
(PSOL) tentou impedir a homenagem.
A
medalha do Mérito Farroupilha, mais alta honraria do parlamento gaúcho, é
concedida a quem realizou relevantes contribuições à sociedade rio-grandense -
o que implica um exame objetivo. Não basta, pois, tratar-se de pessoa
admirável.
A
questão é esta: que relevantes serviços prestou à sociedade rio-grandense o
jovem deputado Eduardo Bolsonaro? A admiração que ele desperta no deputado
Irigaray seria bastante para a homenagem? Convenhamos, ter ele casado com uma
gaúcha não é nenhum favor...
Vale lembrar, a distribuição de medalhas pela Assembleia Legislativa do Rio
Grande do Sul virou deboche, quando, em janeiro de 2015, a então deputada
Marisa Formolo (PT) medalhou 21 membros de sua própria família, inclusive um
falecido.
Mas a banalização das homenagens é corrente no parlamento gaúcho, sendo o
exemplo mais gritante a proposição da medalha do Mérito Farroupilha à figura
bizarra de Jean Wyllys, irrelevante deputado carioca, e a Evo Morales,
presidente da Bolívia, que deveria, isto sim, receber o repúdio dos brasileiros
por abiscoitar uma refinaria da Petrobras.
Destrinchando o lado B
Cada deputado pode propor a entrega de uma medalha do Mérito Farroupilha por
mandato. E é a Mesa Diretora da Assembleia que aprova ou não. Nesse caso,
aprovou. E Luciana Genro tentou melar, mas errou no conteúdo e na forma.
Ela justificou sua objeção com uma fake news, dizendo que Eduardo Bolsonaro
defende o fechamento do Supremo Tribunal Federal. É falso!
Tudo porque ele, em 2018, respondeu a uma pergunta despropositada numa
videoconferência, na qual se aventava uma hipótese de arbitrariedade do STF.
Ele nem deveria responder! Mas, se fosse o caso, que dissesse que "o STF
não tem essa bola toda", mantendo o seu padrão coloquial. Ele até o disse!
Só que de um modo torto: "O pessoal até brinca lá: se quiser fechar o STF,
não manda nem um jipe, manda um soldado e um cabo."
Ele não tem "dicção de estadista" nem malandragem política. Mas dizer
que ele "defende o fechamento do STF" já é falácia de redes sociais!
E
a cereja do bolo foi a manobra tipicamente esquerdista que Luciana Genro adotou
(sem sucesso), tentando subverter a regra, propondo que o plenário decidisse
pela concessão ou não da medalha a Bolsonaro, quando, como se viu, é à Mesa
Diretora que cabe fazê-lo.
Nada de novo! Criar versões, inventar "narrativas" e forjar
informações, por um lado, e, por outro, subverter as regras para, delas, tirar
vantagem são práticas do manual revolucionário que a esquerda latino-americana
sempre carrega no bolso.
Esperariam o quê? Luciana Genro é militante do PSOL, partido que já rendeu
homenagens a Kim Jong-un, o psicopata que tiraniza a Coreia do Norte, sem falar
de seu recente apoio explícito a Nicolás Maduro, o delirante que empurrou a
Venezuela para a mendicância.
Mas não poderiam nossos parlamentares estar um pouco mais concentrados nos
reais e graves problemas que abalam a sociedade?
Renato Sant'Ana é Psicólogo e Advogado.
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