Só maluco torce para que o avião em que se está viajando
caia; e o Brasil sem a reforma não vai voar
Um cara entrou no elevador outro dia e me disse: “Bom
dia”. Eu respondi: “Se aprovarmos a Previdência, será um bom dia”. Peguei um
táxi no aeroporto, e o motorista me perguntou: “Para onde vamos?”. Eu respondi:
“Se não aprovarmos a Previdência, vamos para o brejo”.
Enfim, nos próximos meses, no elevador, no táxi, no artigo
da Folha, na reunião de condomínio, no bar com os amigos, eu, você e qualquer
pessoa de direita, centro e esquerda, mas com juízo, deve lutar para aprovar a
reforma da Previdência.
O governo já enviou sua proposta ao Congresso Nacional, e
agora cabe o debate democrático em torno dela. Só não cabe mais, no meu
entender, aquele papo de dizer que é a favor da reforma, mas não desta, e aí
acabamos sem reforma alguma. Não há mais tempo para isso.
A reforma é decisiva para a economia decolar. Já se calcula
que US$ 100 bilhões estão para serem investidos no Brasil, mas esperam a
aprovação das mudanças. Ninguém quer investir num país que pode quebrar mais à
frente.
O Estado brasileiro está sufocado por déficits
monstruosos. Os governos de turno não conseguem investir onde deveriam, como
saúde, educação, segurança pública, saneamento básico, habitação...
Os dados não são novos e são bem conhecidos. Todo o mundo
que chega ao governo é a favor da reforma, mas, quando está na oposição, fica
tentado a fazer proselitismo com o eleitorado, brincando com fogo.
Eu inclusive acho errado o tema ser reforma da
Previdência. O professor Lavareda disse algo que nunca esqueci —não se trata de
reformar a Previdência, mas de salvar a Previdência.
Sem salvar a Previdência, não vamos conseguir pagar aos
aposentados. Estados liderados por governadores de todos os partidos sabem
disso. Estão quebrados ou a caminho de quebrar e não conseguirão custear
obrigações básicas se seguirmos desse jeito.
Não é uma medida fria, liberal. É uma medida humana,
difícil às vezes de entender, embora as pesquisas mostrem que a população cada
vez mais entende a reforma.
Os empresários, em vez de comodamente jogarem a reforma
no colo e na conta do governo e do Congresso, precisam ajudar a mobilizar o
país para a importância desta hora.
Os veículos de comunicação, da forma crítica que lhes é
habitual e fundamental, têm o papel de mostrar a realidade e o perigo dos
números. Não é questão de ideologia, mas de matemática. A conta não fecha.
Sem salvar a Previdência, quem trabalhou duro não vai ter
proventos. E os jovens terão um futuro pior.
Não cabe a nós, formadores de opinião, líderes
empresariais, influenciadores, ficarmos em cima do muro.
O celular é o microfone que a tecnologia deu a todos.
Temos nos nossos grupos de WhatsApp a oportunidade de propagar essa
mobilização.
Tenho amigos e parentes que são contra a reforma.
Respeito todos eles, e que também façam a campanha pelo que acreditam. Mas os
que concordam comigo precisam se mobilizar e ajudar a aprovação no Congresso.
Não é questão de apoiar ou não este governo. Só maluco
torce para que o avião em que se está viajando caia. E o Brasil sem a reforma
não vai voar.
É aritmética, não é ideologia. As pessoas vivem cada vez
mais no mundo todo, e a conta atual não fecha.
Com todo o respeito às pessoas que pensam diferente de
mim, eu convido aqueles que pensam como eu a repetirmos juntos esse mantra:
Previdência, Previdência, Previdência.
Vamos salvar a Previdência.
Nizan Guanaes
Publicitário, fundador do Grupo ABC.
Parabens, Nizan.
ResponderExcluirO povo do contra demonstra muita falta de juízo...