Artigo, Renato Sant'Ana - Caravana do barulho que só repete


       O PT programou a "Caravana Lula livre" a ser comandada por Fernando Haddad - ora, por quem! - para o fim de capturar a credulidade dos desavisados, xingar Bolsonaro de "homofóbico", de "fascista", etc., e, o principal, sustentar a inocência de Lula. Tem fundamento?
          Pois que falem os fatos. Para começar, Lula, réu em vários processos, é defendido pelos advogados mais bem pagos do país (elite do direito). E não há dúvida de que todos os ritos processuais foram respeitados.
          Condenado em 1ª instância, Lula pôde recorrer em liberdade. Seu recurso foi examinado por três circunspectos desembargadores do TRF-4, que reconheceram a plena juridicidade da sentença. E somente depois do julgamento em 2º grau é que ele foi recolhido à cadeia. Tem alguma coisa errada nisso? Nada!
          À luz dos fatos, o mito da inocência não tem sequer verossimilhança. Em 2017, Lula teve bloqueados na Lava Jato cerca de R$ 10 milhões (em dinheiro) além de imóveis. Depois, o MPF pediu o bloqueio de outros R$ 24 milhões na Operação Zelotes. Em 2018, a Justiça paulista bloqueou bens de Lula no valor de R$ 30 milhões. E no inventário dos bens de sua falecida esposa, Marisa Letícia, contabilizaram-se cerca de R$ 11 milhões e meio. Só aí, chega-se a incríveis R$ 75 milhões e meio da família milionária. E é apenas parte da fortuna.
          Essa cifra nunca foi contestada pelos advogados. E não entram aí os R$ 103 milhões que, sem causa plausível segundo laudo da Polícia Federal de 2016, a Cervejaria Petrópolis e empresas ligadas à Oi pagaram à Gamecorp, empresa de Fábio Luís, filho de Lula.
          O detalhe curioso é que Lula não trabalha desde os 27 anos. E sua finada esposa não foi além de vendedora de Avon e empregada do sindicato. Donde vem essa dinheirama?
         Hélio Bicudo, um dos fundadores do PT, que conheceu Lula na intimidade e viu seu começo no sindicalismo, foi um dos primeiros a denunciar que Lula, por meios ilícitos, virou um dos homens mais ricos do Brasil. Depois, na Lava Jato, executivos das grandes empreiteiras detalharam como MILHÕES em propina caíram no bolso dele.
          Mas para o fanático isso não conta. Se os fatos contrariam as crenças, então os fatos estão errados! É o fenômeno da "dissonância cognitiva", aquele sofrimento emocional sentido quando a mente percebe contradição entre as crenças e a maldita realidade. Aí, o cérebro faz malabarismos para negar o mundo real e salvar as crenças.
          Assim, petistas devotos, que, claro, não leram qualquer dos processos a que Lula responde, saem em caravana para arrebanhar patetas: eles negam os fatos e, apelando para o vitimismo, dizem que Lula é perseguido pelas elites.
          Oh, as elites! A melhor síntese do autoengano dessa gente é a figura de Luíza Trajano (da elite empresarial brasileira) com seus rasgados elogios ao desastroso governo de Dilma Rousseff.
          E que dizer do envolvimento nada republicano dos governos petistas com bancos, empreiteiras e outros da elite capitalista?
          É melhor deletar a realidade... Tipo mãe de bandido: por piores que sejam os crimes do filho, malvada é a polícia que prendeu o bonitinho.
          O que falta é honestidade intelectual a essa gente, que ama ter convicção e que, no fim, entre uma mentira doce e uma verdade amarga, escolhe sempre a mentira.

Renato Sant'Ana é Psicólogo e Advogado.


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