Apesar da surpresa altista com o IPCA de março, cenário prospectivo para a inflação segue benigno
O IPCA surpreendeu para cima em março, registrando alta de 0,75%, conforme divulgado ontem. Mesmo tendo ficado acima do esperado por nós (0,64%) e pelo mercado (0,62%), o indicador seguiu com uma abertura favorável, assim como observado nas últimas divulgações.
Neste mês, foram destaques as surpresas altistas em Alimentação no Domicílio (2,07%) e Combustíveis (3,49%). No primeiro grupo, os efeitos das chuvas intensas impactaram os preços do tomate e de frutas, principalmente. Além disso, os preços de carnes também avançaram expressivamente em relação ao mês anterior, compensando o recuo do preço do feijão – que pressionou o índice no mês passado. Já no segundo grupo, o avanço do preço da gasolina foi o principal vetor da aceleração, refletindo a recente alta nas cotações do petróleo e a dinâmica do câmbio mais depreciado. Assim, a despeito do recuo sazonal do grupo Educação – por conta da dissipação dos efeitos dos reajustes escolares de fevereiro –, o indicador manteve-se em patamar elevado.
Por outro lado, os núcleos (subgrupos que excluem itens mais voláteis, acompanhados pelo Banco Central) seguiram em níveis bastante baixos. Esperamos que nas próximas divulgações haja arrefecimento do indicador, que, com essa divulgação, acumulou 4,6% nos últimos doze meses e 1,5% no ano. Os riscos altistas de curto prazo, contudo, seguem no radar, mas não alteram nossa projeção para o ano, de 3,8%.
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