Muitos especialistas e formadores de opinião já se manifestaram dizendo que a elaboração do texto do projeto – que teve 65 emendas em apenas 2 dias – foi feita às pressas, sem dar espaço para o debate de um tema extremamente importante e complexo como as fake news.
As redes sociais estão correndo atrás para barrar o compartilhamento de notícias falsas, o Whatsapp limitou encaminhamento de mensagens e o Twitter notificou o presidente Donald Trump por publicar notícias duvidosas e mensagens de ódio. Na última quarta-feira (8), o Facebook removeu uma rede de contas e páginas ligadas ao PSL e gabinetes da família Bolsonaro que, segundo a rede social, estavam envolvidas com a criação de perfis falsos e comportamento inautêntico.
Em meio à pandemia, as eleições deste ano serão mais virtuais do que nunca e com mais dinheiro para investir nos meios digitais. Com o projeto aprovado, quem será o fiscalizador dessas práticas irregulares e ilegais? A PL das Fake News tem alguns pontos soltos, entre eles, definir o que é desinformação e ao mesmo tempo assegurar que as pessoas possam continuar se manifestando livremente. Vale a pena ouvir o último episódio do Braincast sobre Fake News que discute todas essas questões.
Além desses pontos, ainda tem o próprio comportamento do eleitor. Cada vez mais fechados em suas bolhas digitais, como será que vão se comportar diante de uma notícia falsa? Denunciar ou compartilhar? O desafio é grande, a educação digital se torna cada vez mais necessária e a única solução eficaz no longo prazo. Dentro desse contexto, os influenciadores digitais poderão ser uma ferramentafundamental para enfrentar esse problema, já que são eles a referência em comunidade e engajamento.
No fim, vemos que essa questão será influenciada por esses três eixos principais: o comportamento das plataformas no controle de fake news e perfis que disseminem o ódio, a capacidade da justiça de identificar e coibir práticas irregulares e o comportamento do eleitor em não compartilhar notícias falsas ou mal-intencionadas.
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