Artigo, Leandro Ruschel - O ano das máscaras

Temos de admitir: esse foi o ano da vitória da China

Não, não me refiro ao artefato que cobre o rosto, transformando em item obrigatório, por lei, em boa parte do mundo. Escrevo sobre as intenções por trás de medidas como essa, e tantas outras. Dois mil e vinte não ficará marcado como o ano da pandemia, mas sim como o ano do Great Reset, o processo de remodelação da sociedade, para deixá-la mais “inclusiva, verde e tecnológica”, nas palavras de um dos seus principais teóricos, Klaus Schwab, fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial.

Passado quase um ano do início da pandemia, ainda não sabemos qual foi sua origem, apenas que os primeiros casos foram registrados na cidade de Wuhan, na China, onde há um laboratório de manipulação de coronavírus. Creio que nunca saberemos se o vírus foi fruto de manipulação humana, ou se foi fruto de um processo natural, mas algo é certo: o regime comunista chinês mentiu sobre a evolução da epidemia desde o primeiro momento, o que foi reconhecido até mesmo pelo prefeito da cidade e por documentos apresentados pelo próprio PCC.

Enquanto autoridades já tinham conhecimento da gravidade da doença, a polícia chinesa ameaçava de prisão médicos que soavam o alarme nas redes sociais, e banquetes eram oferecidos a milhares de cidadãos nas festividades de ano novo, quando há uma grande movimentação de pessoas pelo país.

Autoridades chinesas afirmavam à OMS que o vírus provavelmente não era transmitido entre humanos, mesmo sabendo que era, e não havia motivos para impedir viagens internacionais da China e para a China. A OMS, nas mãos de um revolucionário marxista, aliado de primeira hora do regime chinês, operou como um porta-voz de Xi Jinping durante toda a crise, o que continua a fazer até hoje. Mesmo assim, a OMS se transformou em referência para governos, como o brasileiro, por decisão do STF, além de servir como definidor da verdade nas redes sociais. Ou seja, quem questiona as posições da OMS, ou seja, da China, é sumariamente censurado.

É impossível acreditar que um país como a China, que possui o maior aparato de monitoramento de cidadãos e de censura do planeta, não soubesse o que estava acontecendo. É razoável supor, a partir das informações apresentadas, que o país deixou o vírus se espalhar, para depois usar o aparato de repressão como exemplo ao resto do mundo sobre como deveria ser feita a contenção da epidemia, contrariando todos os protocolos estabelecidos há décadas.

Mas qual seria o propósito?

Existe a possibilidade de tudo não ter passado de um grande golpe de sorte dos chineses e da esquerda em geral. Como colocou a atriz Jane Fonda, mais conhecida como “Hanoi” Jane, pelo seu apoio aos vietcongs, traindo seu próprio país, a pandemia seria “um presente de Deus para a esquerda”, principalmente por conta das eleições presidenciais, onde Trump era o franco favorito antes do surgimento da doença. Mas tudo leva a crer que não foi “um presente de Deus”, mas sim do camarada Xi.

Não podemos esquecer que Trump foi o mais duro presidente com a China em décadas, após a falha absoluta do plano americano de transformar a China numa democracia através da abertura do seu mercado. Na verdade, o país se transformou numa potência econômica e militar, mas continua sendo uma ditadura brutal, que não esconde seu desejo de liderar o planeta, oferecendo um modelo político alternativo às democracias ocidentais. Trump se transformou na maior pedra no sapato, não só dos chineses, mas também dos globalistas.

Para os propósitos chineses, não bastaria apenas deixar circular um vírus que mataria centenas de milhares de pessoas. Seria preciso vender ao mundo o protocolo de quarentenas e lockdows como forma de combate à epidemia. Lembrem, num primeiro momento, até a OMS foi cética em relação ao bloqueio de Wuhan, mas posteriormente aplaudiu a medida. Isso aconteceu em conjunto com a apresentação do estudo do Imperial College, com projeções apocalípticas caso os países não adotassem medidas radicais de isolamento. Sob verdadeiro terror midiático, os países foram adotando tais medidas, produzindo a maior crise financeira da história, com crescimento vertiginoso da dívida pública, utilizada para oferecer crédito às famílias e empresas incapacitadas de operar por conta das medidas de isolamento.

Tais medidas representam uma dupla vitória para China, pois além de fragilizar a economia dos seus rivais, impunha um modelo de governança mais próximo da chinesa, com um estado forte e ditatorial, destruindo os direitos individuais mais básicos, como a inviolabilidade do lar, o direito de ir e vir e produzir o seu sustento.

Além disso, e não menos importante, a implementação de tais medidas produziu forte divisão nas sociedades ocidentais, onde conservadores, mais afeitos à liberdade individual, se revoltaram contra as medidas, enquanto esquerdistas, com seu pensamento mais coletivista, apoiaram tal intromissão do Estado na vida de cada um, por um motivo de “força maior”, tratando os resistentes como “genocidas”.

Até hoje, os dados sobre a eficácia de medidas extremas, como longos lockdowns, são, na melhor das hipóteses para os seus defensores, inconclusivos. E mesmo que tais medidas sejam efetivas para conter o vírus, há duas questões que se impõe: em primeiro lugar, qual é o custo em vidas? Quantas pessoas morrerão por conta dessas medidas, seja pela crise econômica gerada, seja por depressão, suicídio e o não tratamento de doenças do coração, e câncer, entre outras? Um remédio que pode gerar mais mortes que a doença em si faz sentido? Em segundo lugar, mesmo que a conta feche, quais serão os desdobramentos de abrir mão das liberdades mais sagradas em nome de uma emergência?

A história política traz dois axiomas: os governantes SEMPRE buscam expandir o seu poder. E uma vez que seu poder é expandido, é muito difícil que ele volte ao que era antes da sua expansão. Do ponto de vista dos políticos, a pandemia foi um presente, como colocou a “Hanoi” Jane: eles tiveram acesso a verbas para cobrir suas contas e cobrar apoios, além de receber poderes ditatoriais jamais imaginados. Até prefeito de pequena cidade se viu na posição de trancar ruas, comércio e decidir, ao seu bel prazer, como e quando os cidadãos poderiam circular e desenvolver suas atividades mais íntimas.

Dessa forma, não é preciso acreditar numa espécie de conspiração global para entender toda a dinâmica que foi desenvolvida a partir de duas variáveis inseridas pelo regime comunista chinês: 1) Um vírus pandêmico. 2) O modelo de resposta a esse vírus.

Também não é muito difícil entender as motivações por trás de outros dois personagens principais nesse fatídico 2020: a imprensa tradicional e as empresas de tecnologia que controlam o fluxo de informações pela internet.

Depois de anos de decadência e perda de legitimidade, a imprensa tradicional viu na epidemia uma chance de resgatar sua audiência e se transformar numa fonte “confiável” de informações num momento de alta sensibilidade das pessoas numa questão de vida ou morte, agindo como verdadeira “imprensa oficial” de estados em tempos de guerra. Enquanto isso, as empresas de tecnologia viram seus lucros explodirem com a aceleração do processo de digitalização da economia, o que representa um fortíssimo incentivo para defender as campanhas de lockdowns, através da censura sumária de qualquer opinião divergente, que foram invariavelmente tratadas como “desinformação”, “fake News” e um verdadeiro risco à saúde pública. Tal comportamento ajudou a dar à imprensa tradicional uma espécie de monopólio das informações sobre a pandemia.

Ao longo dessa campanha de terrorismo biológico, seguido de terrorismo psicológico, qual foi o resultado?

Quase dois milhões de mortos, a maior parte no Ocidente – apesar de não estar claro quantas pessoas morreram do vírus e quantas pereceram com o vírus em seus corpos, ou seja, pessoas cuja morte não foi causada pelo vírus. A China aumentou em 30% a sua participação no comércio global, as economias ocidentais apresentaram crises econômicas profundas, com a maior aceleração de endividamento da história. Os valores mais caros ao Ocidente foram deixados de lado, com seus países apresentando o maior grau de divisão da história, por conta da implementação de um modelo de estado forte e controlador, mais parecido com a China. Donald Trump foi retirado da presidência, numa eleição contestada por conta de denúncias de fraudes ligadas à votação massiva por correio, que só foi possível graças à pandemia. No lugar de Trump, chega ao poder nos EUA um político decrépito, que iniciará sua presidência sob acusações de fraude e de corrupção levada a cabo pelo seu filho, que teria recebido milhões de uma empresa de energia chinesa, ligada ao regime comunista. Biden já dá sinais que tratará a China de forma muito mais amigável que Trump.

Ao mesmo tempo, os globalistas, representados por diversas matizes da esquerda, já defendem a criação de um “Novo Normal”, um novo contrato social ancorado num Estado mais forte, que tributaria mais os ricos e distribuiria aos pobres, para diminuir desigualdades. Tal Estado todo poderoso também levaria a cabo uma “revolução verde”, com a imposição de mais regulamentações para combater a “emergência climática”. Esse Estado, com poder centralizado em escala global, operaria lado a lado com gigantescas corporações de tecnologia, que monitoram praticamente toda a atividade, on-line e off-line, de cada habitante na Terra. Tais empresas conduziriam a implementação cada vez mais acelerada de novas tecnologias, finalizando a digitalização completa das nossas vidas, além de garantir que em todo o processo fossem atingidos novos patamares de “justiça social”, combatendo as “fake news” e o “discurso de ódio”.

Todas as máscaras caíram. Bem vindo ao admirável mundo novo!

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