Artigo, Cláudia Woellner Pereira - Uma Nação forte não se faz ao acaso

- Este artigo exclusivo é de Cláudia Woellner Pereira, tradutora e redatora, Londres.

 Por manobras da vida, estive inserida na cultura inglesa, no cotidiano de um dos bairros de Londres. Cedo na manhã, em temperaturas baixíssimas, sob chuvas fracas ou fortes, movem-se pais e filhos em direção às escolas. A pé, de bicicleta, patinete, carrinho de bebê com cobertura especial. Os pares, os trios transitam em constante diálogo. Diálogo. Os adultos instigam o desenvolvimento de comportamentos, conceitos e valores durante o trajeto. As crianças comunicam-se com fluidez e liberdade.

Chama a atenção a presença masculina, a figura paterna. O pai, de sua bicicleta, instruindo o garotinho a como conduzir a sua própria bicicleta, a adquirir confiança e autonomia na rua em meio a veículos, que, por sua vez, têm condutores educados.

O propósito parece claro: o preparo de futuros adultos civilizados, inteligentes, responsáveis, independentes, resilientes.

Impossível não estabelecer comparação! 

O Brasil vem sendo fragilizado em mais de um flanco. Por um lado, pela superficialidade do compromisso de muitos pais diante do desafio de entregar ao mundo pessoas inteiras, dotadas de inteligência e saúde emocional. Por outro, pelos golpes estrategicamente elaborados para minar a formação de um povo forte, livre, soberano, consciente de seus deveres.

Um dos golpes mais brutais está sendo dado ao exercício da Educação. Nossas escolas e universidades estão sendo transformadas em campo de doutrinação com uma bela roupagem de “metodologia científica”. 

A Revista Oeste, em matéria do dia 5 de abril de 2022, assinada por Edilson Salgueiro, registrou um dos casos do autoritarismo dos ”militantes da Ciência”. Guilherme Baumhardt, jornalista comprometido com a verdade, também comentou o ocorrido em sua coluna no dia 6 de abril de 2022. Um aluno, ao expressar sua opinião a respeito de democracia e do agronegócio no Brasil, fundamentada em realidade conhecida por ele, discordando de discurso com teor ideológico, foi publicamente humilhado pelo professor. Reconhecimento ao aluno, que ousou manifestar respeitosamente o seu próprio pensamento e entendimento acerca do assunto. Fez uso, aliás, de direito mais do que garantido pela constituição brasileira. Advertência para o professor: aquele que deveria facilitar o desenvolvimento de novos conhecimentos e a busca de novas respostas inibiu e desautorizou o “lugar de fala” do discípulo  - lugar tão maquiavelicamente arquitetado e defendido pelo mesmo grupo nestes dias.  

Será que os “militantes da Ciência” querem engessá-la dentro de uma única linha de raciocínio, a que a todo custo querem nos fazer engolir? Matando o próprio espírito da Ciência, que questiona tudo o que se percebe?

Os “militantes da Ciência” também estão trabalhando na eleição presidencial...

Quero ver o povo brasileiro rodando a sua própria bicicleta. A mão que, com aparência de justiça social, insiste em segurar o guidão do outro quando já não é mais tempo é ditatorial e usurpadora. O líder verdadeiro governa para promover à condição de adultos livres e independentes aqueles que estão sob sua tutela. O falso?  Oferece pão e diversão e lhe rouba a maioridade.  

 



3 comentários:

  1. Não podia ter escolha melhor de palavras para descrever o que está acontecendo com as famílias ,com os alunos ,com os cidadãos de uma Pátria ferida !!!

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  2. Realidade. No outro se foi preso duas vezes, certeza que era comunista disfarçado, fã de Fidel e Guevara.

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  3. Excelentes colocações todo brasileiro devia ler este artigo e ter a mesma consciência . Parabéns.

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