Jornalista / gilbertojasper@gmail.com
Sim, sou “das antigas”, profissional do tempo em que um jornalista precisava cursar faculdade, conquistar um diploma para só depois ir à luta no mercado de trabalho, ganhar experiência e apor o nome em uma reportagem. Havia pouco espaço para notícias destinado a alguns poucos “iluminados” para fazer reflexões, emitir opiniões e pautar a opinião pública.
Em 2022 chegamos ao extremo oposto destas restrições e formalidades para a função de “comunicador”. Basta ter um celular para se transformar em um “influenciador”, palpiteiro ou apenas em uma pessoa com más intenções para vender notícia falsa ou se autopromover. Ou fabricar fake news, estrangeirismo da moda que passa a ideia de notoriedade aos mentirosos tecnológicos.
A pressa, a disputa por espaço, a vaidade e a necessidade permanente de ostentação fizeram da informação um produto disputado mundialmente, cada vez mais vilipendiado e desvalorizado. Não há tempo para checar a veracidade dos conteúdos, de pesquisar os protagonistas envolvidos e – pasmem! –descobrir se o fato que gerou a manchete realmente aconteceu.
Além da duvidosa veracidade da maioria das notícias, o jornalismo moderno tem sido acometido de um mal crônico que assola o planeta: a incapacidade no que diz respeito à interpretação de texto. A maioria das pessoas lê apenas a primeira linha para elaborar um juízo de valor sobre o fato e disseminar sua opinião mundo afora.
Um equívoco veiculado na internet é um erro impossível de ser sanado. Jogada no mundo virtual uma mentira tem poder devastador, semelhante a uma pandemia, disseminada em segundos, sem vacinas ou uso de máscara para minimizar os efeitos.
Tão cedo não haverá mudança de comportamento. Em redes sociais não há critério, método, instrumento capaz de reduzir a estupidez humana. Mentir é do gênero humano, mas o que revolta é a proliferação de distorções difundidas por colegas, jornalistas. Com ou sem diploma – uma controvérsia sem fim! – eles se prestam a fazer “comunicação” ideológica, política ou para beneficiar grupos, partidos, empresas e segmentos.
Leigos que usam a internet para destilar ódio e inverdade são pessoas comuns que estão à nossa volta, mas isso é inadmissível para alguém que deveria ter um mínimo de compromisso com a verdade.
Há alguns anos, quando a tecnologia começou a invadir nossas vidas, alguém afirmou:
- Incrível como a internet aumentou o número de idiotas no mundo!
Um observador mais atento retificou:
- A internet apenas deu voz e espaço aos idiotas sempre atentos para distorcer, mentir, iludir, semear a cizânia.
Bingo!
Tái!!! Finalmente o Alexandre de Moraes pode contratar o justiceiro da verdade e destruidor de "fake news" (sei que não gostou do estrangeirismo). Eu ainda sou daqueles que acredita que só se deixa emburrecer ou idiotizar, quem quiser se deixar. E viva a LIBERDADE DE EXPRESSÃO.
ResponderExcluirViva a liberdade de expressão!!!
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