- Esta análise é da equipe de economistas do Bradesco, conforme newsletter deste sábado.
Decorrido pouco mais de um mês do início do conflito na Ucrânia, os efeitos para o Brasil são
ambíguos. De um lado, o menor crescimento global, a elevação da inflação e os potenciais
problemas na importação de fertilizantes sugerem um menor crescimento e preços mais elevados
no médio prazo. De outro, o ganho de termos de troca em um contexto de baixos riscos de
solvência favorece a apreciação da moeda, melhora das contas públicas e menor aversão ao risco,
que atuam na direção de maior crescimento e mitigação de riscos inflacionários. Nesse contexto, o
efeito líquido deve ser mais crescimento, inflação e juros.
o O choque surge em um contexto de inflação corrente acima das expectativas, com altas
mais disseminadas e núcleos pressionados. Revisamos nossa expectativa de IPCA para alta de
6,9% em 2022, com reflexos inclusive sobre a projeção para 2023, agora em 3,9%.
o Entendemos que o BC buscará encerrar o ciclo de alta de juros em 12,75%, mas o contexto de
inflação mais pressionada exigirá juros médios elevados por mais tempo. Assim, postergamos
o início do ciclo de corte de juros para o segundo trimestre de 2023 e elevamos a projeção para a
taxa terminal do próximo ano para 9,0%.
o A atividade econômica, por sua vez, vem mostrando resiliência neste primeiro trimestre de
2022. Acreditamos que essa dinâmica é capaz de induzir um crescimento ao redor de 1% neste ano,
a despeito dos efeitos da inflação sobre a renda
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