Artigo, Marcus Vinicius Gravina - FENAJ e o tribunal de ética

Artigo, Marcus Vinicius Gravina - FENAJ e o tribunal de ética

O próximo “Dia da Imprensa” só será lembrado em 1 de junho de 2023. Disse lembrado, porque não sei se haverá motivo para ser comemorado pela sociedade.  Foi preciso conhecer e enfrentar a crise institucional, que dividiu o povo brasileiro nesta eleição, para pôr à prova o juramento prestado pelos seus profissionais: “Prometo, no exercício da profissão de jornalista, assumir meu compromisso com a verdade e com a informação e empenhar todos os meus atos e palavras, meus esforços e meus conhecimentos para a construção de uma nação consciente de sua história e de sua capacidade”.  

É comum os formandos em cursos superiores fazerem o juramento de honrar os princípios da atividade a ser exercida. Assim, também, foi construída a ética jornalística.  Esta introdução sugere que os destinatários do serviço da imprensa - o povo - este mesmo que está em frente aos quartéis, diante do quadro atual, social e politico, julguem se houve até aqui o fiel cumprimento de informar corretamente o público, que neste vasto território não tem acesso pleno  da sua tarefa jornalística.

Os protestos de brasileiros  pelo cometimento de atos inconstitucionais e de abuso de poder  de membros do Judiciário, desfechados contra cidadãos, foram omitidos, escondidos de forma parcial e ativista de quem tomou partido de um dos lados.  Esquecem que deve prevalecer o lado da notícia do que está acontecendo de mais importante. A gigantesca mobilização do povo nas ruas, sem fotos ou vídeos.  Greve dos caminhoneiros e a consequente ameaça de desabastecimento da população transforma o silêncio de parte da imprensa em um gravíssimo desrespeito.   Isto é, a falta do que todos nós precisamos saber para não sermos surpreendidos.  Trata-se da notícia dos fatos, missão de jornalista responsável.   

Quando as concessões dos Canais de rádios e TVS tiverem os seus prazos vencidos ou quase, o Congresso Nacional terá por obrigação julgar as empresas da mídia, se cumpriram suas obrigações contratuais, antes de aprovarem novos contratos.  Não só as fiscais, mas as que estavam impedidas de praticarem, como a parcialidade ou tratamento desigual em campanha eleitoral. 

A formação de consórcio de órgãos de imprensa, com domínio quase absoluto de seguidores, descumpriu, com desprezo à comunidade, às normas das concessões contratuais que impunham a elas o dever de informar e da imparcialidade.  A investigação de uma pluralidade de fontes para a divulgação das notícias e seus comentários, são para a imprensa obrigatórios para a formação dos seus textos e em respeito as diversas correntes,  a fim de que os pensamentos sejam igualmente expostos. 

A concessionária de serviço público de imprensa têm vínculos com a universalidade  e o equilíbrio dos diversos pontos de vista, sobre determinados assuntos.        

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) estabeleceu como Princípio de ética: “A divulgação da informação precisa e correta é dever dos meios de comunicação e deve ser cumprida independentemente da linha política de seus proprietários”  

Ressalvo o caráter profissional de muitos jornalistas merecedores dos seus diplomas.  Mas, nas atuais circunstâncias, em que as palavras chaves são  - roubo e  fraude -   é  inevitável  a suspeita de que outros tantos jornalistas agem como escribas mercenários, agregados descartáveis de  redações de órgãos da imprensa, cujas empresas são movidas por objetivos comerciais  e sem escrúpulos, capazes de tudo para obtenção de maior renda.  

Do escritor, George Orwell: “ Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade”. 

Os brasileiros ficaram sabendo dos bilhões gastos em publicidade por aquele  que está correndo o mundo para denunciar que temos 33 milhões de famintos, sendo que ele só bebe Chateaux Lafit e Chateaux Petrus em suas viagens internacionais.  

Caxias do Sul, 21.11.2022

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