Artigo, João Satt - O que será o ano de 2023 ?

João Satt — Estrategista e CEO do G5

joaosatt@gcinco.cc

 

Nos últimos dias, conversei com vários líderes empresariais e CEOs de médias e grandes companhias. Existe uma nuvem de incertezas em relação ao comportamento do mercado no primeiro semestre de 2023. Sintetizei em três grupos:

1. Empresas em compasso de espera: fazendo o mínimo possível para manter vivo o negócio. “Sentados em cima do cofre”, estão segurando lançamentos de produtos, entradas em novos mercados — em especial, investimentos estruturais e em marketing;

2. O pessoal do segundo grupo está a mil: não pararam um minuto. A temperatura está alta: novas estratégias sendo discutidas, desenvolvimento de produtos, projetos ambiciosos e inovadores tanto no âmbito digital, visando conveniência, quanto na construção de comunidades de marca (projetos neurais). Quando o sinal abrir, vão penetrar e ocupar mercados velozmente;

3. E, por fim, a turma que está focada na tática de guerrilha. O protagonismo, nesse grupo, se deslocou para a operação — o fazer bem-feito é o compromisso coletivo da organização. A tática é fundamental, contudo, não se deve excluir a construção de novas alternativas.

Estratégias são caminhos, escolhas que a empresa irá praticar para: vender mais (sell in), vender mais rápido (sell out), e vender por preços acima da média do mercado (valor). Quando você perde de vista para onde está indo, e quais caminhos representam os melhores atalhos, seu negócio, invariavelmente, não terá futuro de médio e longo prazo. Não ouse procrastinar as discussões que vão possibilitar a existência e a sobrevivência da sua empresa.

Dado de realidade: quem não se movimenta perde posição.

Você já imaginou a dor que a direção da IBM teve, 15 anos atrás, ao decidir ser um centro provedor de inteligência de ponta? Por outro lado, foi exatamente a renúncia ao que fazia que a fez recuperar uma vantagem competitiva fantástica. A partir de um novo propósito estratégico, a IBM reescreveu sua história — “descobrimos, projetamos e implementamos tecnologia que ajuda os clientes a resolver problemas de forma mais eficaz para que o mundo funcione melhor”. O futuro, mais do que nunca, está na sua capacidade de formular estratégias de alto impacto na vida das pessoas, através de planos implementados com muita consistência.

Você sabe sobre o que as pessoas estão conversando? O que as pessoas estão enxergando e sonhando? A curiosidade é algo que você deve manter em alta, invista em querer saber mais e mais. Meu sentimento é que estamos vendo o mundo que sobrou pós Covid-19: a poeira baixou, novos valores geraram uma nova cultura que mudou o comportamento de pessoas e empresas.

Tomar consciência do que de fato é essa realidade e buscar dar respostas através de entregáveis com alta relevância é mais inteligente do que ficar tentando atrair clientes apenas por ofertas. Marcas destino têm geração de demanda natural e, consequentemente, produzem níveis elevados de conversão. Estão tatuadas no cérebro das pessoas, para elas não existe crise. Não tenho a menor dúvida que 2023 será um ano maravilhoso para quem definir o que fazer antes que a ondas de consumo cheguem e sejam surfadas pelos seus concorrentes.

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