Opinião do editor - Às ruas, sim, pela unidade e frente ampla das oposições contra o arbítrio do Eixo do Mal e por Bolsonaro

Eu tenho examinado com muita atenção os principais argumentos que a oposição bolsonarista vem colocando para se opor às manifestações de rua que são chamadas para o dia 4 de junho, domingo que vem.

Vamos lá:

1) Quem está fazendo a convocatória são movimentos, setores partidários e líderes políticos que sempre se opuseram e até criticaram e criticam ferozmente Bolsonaro, como é o caso do MBL de Kim Kataguiri. Gente como Marcel Van Hattem, do Novo, o Podemos e o próprio Dallagnol, agora vítma que reclama o apoio, não foram tão longe quanto o MBL e Kim, mas vacilaram e vacilam, quando não se opõem direta ou indiretamente a Bolsonaro.

2) Grandes manifestações de rua poderão ensejar novas provocações e armadilhas, como as do 8 de janeiro.

3) É melhor centrar todo o esforço de apoio à CPMI do 8 de janeiro.

Acho que é isto.

Senhores: política não se faz com o fígado, mas no nosso caso, no caso da oposição atual, a política precisa ser feita com o cérebro e com o coração. 

Nereu Ramos dizia que a política é a arte de engolir sapos e Brizola foi até mais longe, cunhando a expressão que política pode ser até a arte de engolir sapos absolutamente indigestos, desde que isto leve à vitória, claro que sem que se abdique dos valores sociais, econômicos e políticos mais centrais de quem lidera o processo. 

É a convergência possível, quando necessária. E isto é necessário neste momento, porque a oposição bolsonarista foi golpeada fortemente, está encurralada e com ela todo o povo brasileiro, embretado pela escalada crescente e mais intimidatoria desfechada pelo vitorioso Eixo do Mal (o sistema).

E isto é necessário neste momento. 

Não chego ao ponto de defender a unidade com os verdadeiros inimigos do povo brasileiro, no caso o Eixo do Mal, mas é preciso ponderar no seguinte, voltando aos três pontos colocados como obstáculos principais à unidade de toda a oposição possível:

1) A convocatória é feita por oposicionistas que não são de corte ideológico bolsonarista e nem obedecem a liderança do ex-presidente, porque eles buscam seu direito democrático de se expressar de modo taticamente divergente. Neste momento, não são os adversários da oposição bolsonarista, porque querem o apoio dela para enfrentar o mal maior que também ameaça destrui-los, como já destrói.

2) Grandes manifestações de rua são necessárias, porque só a voz estridente da maioria reuidosa é capaz de enfiar um bafo na nuca do Congresso, último reduto democrático capaz de conter os arreganhos autoritários da escalada perversa em curso. Já tivemos manifestações grandiosas, mesmo depois do 8 de janeiro. Nunca mais cairemos numa nova armadilha política como o 8 de janeiro.

3) O eixo da luta política principal deslocou-se de fato para o Congresso, como já disse aqui várias vezes, mas para que ela alcance resultados definitivos e no curto prazo, vencendo o Eixo do Mal mais uma vez, o povo nas ruas, só ele, poderá encorpar nossos deputados e senadores para que  ampliem suas adesões e façam o que precisa ser feito.

Dentro da lei e das quatro linhas, é o que é possível fazer neste momento e por isto é preciso buscar a unidade oposicionista e constituir uma frente ampla do povo brasileiro contra o arbítrio do Eixo do Mal.

Se não nos unirmos desde já neste grande esforço cívico de todos os democratas brasileiros, os próximos da lista serão Moro e Bolsonaro. - e depois todos nós. Não duvidem disto.

Só não vê quem não quer.

Bolsonaro é o grande líder das mudanças que começaram com o povo nas ruas, há exato 10 anos, porque só ele conseguiu interpretar e colocar na prática os avanços civilizatórios: economia em crescimento sustentado, gestão pública capaz, representação política incorruptível e sociedade realmente comprometida com os valores sociais judaico-cristãos mais tradicionais.

Bolsonaro precisa ser preservado, sim, sem que seja exposto ao arbítrio dos seus inimigos. 

É por tudo isto que defendo não abandonar as ruas - inclusive por Bolsonaro.

E quem for para as ruas, não deixe de levar a bandeira verde e amarela nos punhos e no peito.

Um comentário:

  1. Boa tarde!
    Creio que um conservador não pode se misturar com pessoas dúbias ,de caráter mais que duvidoso e que fazem qualquer negócio pra aproveitar uma oportunidade.
    Temos a quatro anos milhares de pessoas aviltadas em sua liberdade,com o aplauso desse pessoal que agora fala em liberdade.
    Para fazer parte desse teatro das tesouras disfarçados que precisam dos aguerridos conservadores pra chegar aonde querem,não contém conosco.

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