Fazer o quê? Sigo falando sobre o Grêmio, que parece obstinado em manter a própria estagnação, coisa muito interessante para uma análise dos aspectos que envolvem o futebol.
Aliás, a estagnação não é só do clube, que vai terminar a temporada sem padrão de jogo, mas também dos deformadores de opinião, que não entendem o que acontece, e da galera que cai na conversa mole da imprensa.
E por falar nos iluminados... Os moços do Sala de Redação avançaram um tantinho. (Será bastante para dizer que venceram a estagnação?) Eles até conseguiram dar a real: havia um buraco entre a defesa e o setor de meio-campo do Grêmio no jogo com o América MG. Os meias não marcam; em socorro deles, os volantes avançam e deixam espaço; para cobrir o avanço dos volantes, zagueiros se adiantam e abandonam a área, que vira um deserto. E, em todos os jogos, volantes adversários dão um passeio.
Sim, tudo isso disseram. O que eles ainda não conseguem dizer é que aí está um retrato da péssima qualidade do treinamento da equipe. Oh, eles não ousam falar que Portaluppi, o Invicto, é um técnico apenas mediano e muito, muito aquém da grandeza do Grêmio.
O América MG é o lanterna. O Grêmio aplicou-lhe quatro gols. Mas tomou três! Foi um circo de horrores! Parece que os "analistas" viram sem entender: três atacantes do América invadindo a área, nove gremistas plantados ali, ninguém marcando! Tudo indica que o treino do Grêmio se resume a rachões, em que o mental dos jogadores é condicionado a não marcar (para não lesionar o companheiro). Tal condicionamento sem treino tático torna a equipe deficiente na marcação.
Não vi nenhum iluminado destacar que, nesse jogo, o grêmio fez apenas cinco faltas! Significa que não marca! E não me venham com a patifaria de "falta intensidade", "falta entrega". O que falta é seriedade e dedicação de quem comanda. E lucidez de quem faz reportagem...
Bueno, se é para falar, que se diga tudo. Falta seriedade, sim, mas, acima de tudo, o que falta é talento. De quem? Óbvio, estou falando de quem, tendo o comando técnico, treina muito mal a equipe.
Assunto que não interessa à imprensa: por que o Invicto não aproveita esses jogos menos cabeludos para lançar os garotos da base (como Josué, um candidato a suprir a carência de volantes da equipe)?
O melhor jogador em atividade no Brasil está no ataque do Grêmio: Luis Suárez! Alguém vai dizer que o Invicto pensou um esquema especial para aproveitar o talento de um jogador tão extraordinário?
Agora, não é justo exigir de alguém que dê aquilo que não tem. Portanto, não cobrem do Invicto que seja um Telê Santana! O responsável por tanto potencial jogado no lixo não é ele (ou não principalmente ele), mas quem assinou o seu contrato e lhe paga um salário milionário, como se as finanças, o presente e o futuro do clube pudessem ser tratados na base do sentimentalismo - que facilmente deriva para o favoritismo...
Mas desastre pouco é besteira...
Um moço da RBS registrou com certo entusiasmo a conversa que teve com Portaluppi em que este falava como quem já está apalavrado com a direção para seguir dirigindo (ou desorientando!) o tricolor em 2024. Se isso acontecer, o Grêmio estará a caminho do quarto rebaixamento, não haverá momentos felizes para a torcida em 2024 e seguiremos vendo o Invicto fazer aquele papelão de agitar os braços à beira do campo sem nada comunicar aos atletas - que já nem olham para a sua pantomima.
Eu ainda aposto em Alberto Guerra por tudo de positivo que já ouvi sobre ele. Mas este fim de temporada é que vai mostrar se ele é o dirigente devotado ao clube e o cavalheiro equilibrado e capaz de revisar suas próprias convicções, ou, na hipótese que espero seja nula, se ele é um irresponsável capaz de reincidir e apor sua assinatura num contrato (repito, milionário) de um técnico que, por mais simpático que seja, não reúne as condições exigíveis em se tratando do Grêmio - três vezes campeão da Libertadores, um título mundial e tantas outras glórias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário