Artigo Cintia Moscovich, Zero Hora - As bobajadas que os antissemitas contam

Todo mundo deve ter visto a quebradeira na loja de uma judia em Arraial d’Ajuda, no feriado, quando uma mulher que espuma ódio aparece chamando a proprietária de “sionista assassina de crianças”. A agressão é apenas um prego a mais no caixão da convivência harmônica entre as pessoas, já que uma montanha de besteiras tem insuflado o antissemitismo e o surgimento de “odiadores do bem” – que inclui até judeus que odeiam judeus, um clássico.


Os novos odiadores dizem que antissionismo é diferente de antissemitismo e que antissemitismo no Brasil é invencionice. Além disso, insistem em dizer que antissemitismo não é racismo. Esses paladinos do ódio inventaram que Jesus Cristo era palestino e que foi morto pelos judeus. Para essa gente, a Torá é um livro genocida e racista. Como o Holocausto é uma invenção, os campos de concentração sequer existiram e 150 mil judeus serviram no exército nazista.


Os antissemitas que defendem o Hamas como uma “organização de resistência” já estabeleceram que os sionistas são nazistas, os israelenses são nazistas, os nazistas eram maçons e judeus e o nazismo foi uma justificativa forjada para criar Israel – embora Hitler tenha feito o trabalho pela metade. Para essa gente, judeus não sionistas espancam judeus sionistas, porque o sionismo é um movimento colonialista, expansionista, imperialista, etnocentrado e embranquecedor. Dizem até que as judias etíopes passaram por um processo de esterilização.


Para os antissemitas, Gaza é um campo de concentração a céu aberto, e o exército israelense destruiu todas as universidades, lojas, bares, restaurantes e cafés que havia nessa reedição de Auschwitz. Eles sempre lembram que Israel foi o responsável pela barbárie de 7/10. Para eles, Israel bombardeou uma mesquita de mais de três mil anos e é mentira que o islamismo date do século 7. Segundo essa gente, judeus financiaram a morte de judeus não sionistas nas câmaras de gás, além de terem subornado Oswaldo Aranha, que presidiu a sessão da ONU que criou o Estado de Israel. Segundo esses haters, “Palestina do rio ao mar” é só força de expressão, mas Israel deve mesmo ser varrido para o mar. Afirmam com segurança que Hajj Amin al-Husaini, o mufti de Jerusalém, nunca se encontrou com Hitler. Israel é mau e feio, dizem eles, e até comercializa órgãos de palestinos.


Os odiadores do bem avisam que sionistas vão erguer o Terceiro Templo e adorar o anticristo, mas que, mesmo assim, os grupos extremistas islâmicos são a favor da criação de dois estados. E todos são categóricos em afirmar que o tomate-cereja não é invenção israelense.

Um comentário:

  1. 'Odiadores do bem', não posso morrer, não vi nem ouvi tudo. Que barbaridade. Interessante que muita gente aí do ZH, esclarecida, consegue achar culpa na reação de Israel ao criminoso ato de, entre outros, matar, assar, furar olhos de mulheres e crianças judias. Que mundo!

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