Artigo, especial, Alex Pipkin - Desamparo e vergonha no Brasil de hoje

Alex Pipkin, PhD

Escrevo como judeu. Escrevo como alguém que carrega a memória de um povo marcado pelo sofrimento, mas também pela resiliência, e que hoje, no Brasil, se sente à mercê do desamparo. Pergunto-me, com perplexidade e indignação, como uma nação inteira pode ser conduzida por alguém tão vil, tão apequenado, que reduz o cargo de presidente à caricatura de um populista ideológico e inconsequente. Nunca antes, na história deste país, os judeus se sentiram tão inseguros, tão expostos, tão desamparados.

Nunca houve no Brasil, até aqui, um ambiente tão hostil ao povo judeu. Nem mesmo nos anos sombrios em que Getúlio Vargas, em meio ao genocídio nazista, fechava as portas deste país a milhares de judeus que buscavam refúgio, o clima foi tão corrosivo, tão impregnado de hostilidade aberta e legitimada pelo poder. O que hoje vivemos é pior! É a normalização do antissemitismo como retórica oficial, é o conforto com que se envenena a opinião pública contra um povo que sempre esteve ao lado do Brasil.

Não falo apenas da catástrofe econômica — incompetência, corrupção, dilapidação do dinheiro público. Isso, por si só, já bastaria para indignação. Mas o que fere de modo irreparável é a degradação moral institucionalizada. A corrupção não é acidente: é método. A má gestão não é acaso: é regra. Mas pior do que tudo isso é o antissemitismo explícito, legitimado no mais alto escalão.

Vejo diplomatas de carreira, gente séria, constrangidos pela chamada “diplomacia de 

 boteco” que se instalou em Brasília. Mas não é apenas constrangimento, é vergonha. É a dilapidação do respeito que o Brasil já teve no mundo e, em especial, da sua histórica postura de equilíbrio nas questões diplomáticas. Celso Amorim, assessor especial do presidente, profere discursos de um antissemitismo declarado. O próprio Lula, falastrão contumaz, insiste em declarações cada vez mais perigosas, irresponsáveis, que fomentam o ódio e transformam o antissemitismo em algo palatável, quase banal, especialmente para jovens idealistas ainda imaturos diante da verdade.

Israel, que esteve ao nosso lado em tragédias como Brumadinho, hoje é difamado por este desgoverno que se orgulha de tomar partido de terroristas. O Hamas — assassinos financiados por regimes sombrios — não deseja nem jamais desejará a paz. Em 7 de outubro de 2023, cometeram atrocidades indescritíveis: estupraram mulheres diante de filhos, decapitaram bebês, assassinaram civis inocentes como se fosse um esporte macabro. Ainda detêm aproximadamente 50 reféns, sem que se saiba se vivos ou mortos. E, ainda assim, este governo insiste em qualificá-los como “resistência”. Que vilania, que desonra, que vergonha histórica!

Desde então, alguns insistem em falar em genocídio contra Israel. Essa acusação é absurda. Nenhum exército verdadeiramente genocida se preocuparia em abrir corredores para civis, avisar populações antes de ataques ou organizar a evacuação de crianças gravemente doentes para tratamento seguro em outros países. Israel, ao contrário, demonstra cuidado com os inocentes, providenciando transporte médico seguro e assistência humanitária imediata — uma ponte de solidariedade erguida logo após a tragédia. Dizer que isso configura genocídio é distorcer a realidade, manipular fatos e insultar a memória de vítimas reais de genocídios passados e presentes.

E diante dessa situação, onde estão os defensores mundiais dos direitos humanos? Onde está quem clama por dignidade e proteção da vida? Omitir é concordar. O Hamas usa suas armas e sua mentalidade de ódio contra a própria população. Faz dos palestinos escudos humanos, utiliza hospitais como trincheiras, transforma seu povo em carne viva para seu projeto de morte. Que mais é preciso para que o mundo desperte, e para que se compreenda que o antissemitismo no Brasil não é teoria, não é retórica, é realidade e perigo concretos?

Talvez o gesto mais vil deste governo não seja apenas o constrangimento e a insegurança em que nos mergulha, mas o insulto à memória daqueles que tombaram pelo racismo, pelo antissemitismo, do qual os judeus sempre foram bode expiatório. Ele profana a memória de um povo que fez contribuições incalculáveis para o progresso em todas as áreas, mas principalmente para o processo civilizatório da humanidade. Isso não é apenas ataque ao presente; é profanação da história e da dignidade humanas.

O que este governo está semeando no Brasil não é apenas desinformação. É veneno ideológico que inverte a moral, distorce a verdade e transforma jovens — potenciais líderes do amanhã — em presas fáceis de uma narrativa perversa. E ao povo judeu, cabe hoje a amarga constatação: não estamos seguros. Nem física, nem moralmente. Este governo nos desampara e, ao fazê-lo, macula o futuro da nação.

A tragédia não é apenas administrativa. É civilizatória. É um desserviço à verdade, à justiça e à segurança. O Brasil, outrora amigo de Israel, hoje se coloca ao lado da barbárie. E isso jamais será esquecido!

Um comentário:

  1. Perfeito 👏 concordo plenamente com a análise: uma vergonha mundial 😱 o povo brasileiro sempre amou e ama Israel ❤️ Este desgoverno não nos representa. Os esquerdopatas tem os gens nazifascicomunistas incrustado até a pele. Perversos destruidores da paz e do bem!

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