Alex Pipkin, PhD
Ao contrário do que muitos pensam — por desconhecimento ou por repetirem narrativas simplistas — Israel não nasceu como gesto de compensação pelo Holocausto, tampouco apenas por uma resolução da ONU em 1947. Suas raízes são profundas, históricas, políticas e jurídicas. O povo judeu possui vínculo milenar com a terra, reconhecido legalmente pela Conferência de Sanremo, em 1920, que definiu que a Palestina teria foco no povo judeu. No século XIX, a região era pouco habitada, com 350 a 400 mil pessoas, muitas nômades. A imigração judaica, feita por compra legal de terras, trouxe progresso agrícola e urbano, transformando vilarejos em cidades, irrigando terras áridas e criando oportunidades econômicas. Esse desenvolvimento atraiu também trabalhadores árabes em busca de emprego e melhores condições, desmontando o mito de expulsão sistemática inicial. Décadas depois, o termo “palestino”, aplicado aos árabes, só se consolidaria nos anos 1960 como construção política ligada à Guerra Fria e à propaganda soviética. Israel, portanto, não nasceu de um gesto reparatório, mas de um processo histórico, jurídico e cultural legítimo, reconhecido internacionalmente.
O conflito é antigo e, paradoxalmente, muito pouco conhecido por aqueles que se dizem especialistas. Ele reacendeu de forma brutal a partir da barbárie de 7 de outubro de 2023, quando o Hamas coordenou ataques contra civis indefesos. Não foi resistência! Foi massacre, sequestro e terror deliberado. Contra mulheres, idosos e crianças, uma verdadeira barbárie.
Israel tem direito absoluto à defesa e à existência. Esse direito não é concessão, é fundamento. Qualquer proposta de convivência pacífica se torna inviável enquanto o Hamas mantiver sua carta de ódio e extermínio como princípio. O plano de paz anunciado em 29 de setembro de 2025 por Donald Trump e Benjamin Netanyahu estabelece condições claras, tais como desarmamento do Hamas, libertação de reféns e retirada gradual das forças israelenses mediante cumprimento rigoroso das regras. Não é imposição, é estratégia.
Alguns críticos, porém, insistem em dizer que o plano é “imperialista” ou uma “imposição colonialista” de Israel e dos Estados Unidos. Há três razões centrais
para essas opiniões. Primeiro, o antissemitismo atávico, que transforma qualquer ato israelense em alvo de condenação automática, ignorando fatos e contexto. Segundo, o sectarismo religioso e ideológico, que alinha setores da esquerda “progressista” com a narrativa palestina, ainda que isso signifique fechar os olhos ao terror. Terceiro, o sentimentalismo histórico e a culpa difusa diante da grande potência americana, que romantiza os Estados Unidos e sua aliança com Israel, enxergando até na busca pela paz uma suposta imposição externa. Esse sentimentalismo, em sua face mais sombria, cega os incautos e os torna cúmplices do atraso.
Nada disso, porém, muda o essencial. Não se negocia com terroristas. A imposição de regras severas não é injustiça, mas condição mínima para que a autodeterminação palestina seja legítima. Um futuro Estado palestino só será possível sem grupos que pregam extermínio e sem organizações que transformam o ódio em causa principal. Aceitar o terror seria retroceder à barbárie; rejeitá-lo é abrir espaço para um futuro de segurança e paz real.
A lógica é cristalina. A paz verdadeira só existe quando o terror é derrotado. A história de Israel, sustentada pelo direito internacional e pela memória milenar de um povo, se entrelaça ao presente para mostrar que coexistência só pode caminhar junto com segurança, justiça e verdade. Não é Israel que está contra o povo palestino; é o Hamas que mantém o povo palestino como refém de sua própria violência.
O xeque-mate não recai sobre Israel, mas sobre o Hamas. Um futuro Estado palestino, livre do terror, não apenas é possível. É de fato a única forma de paz duradoura e legítima.
A verdade de Israel é inegociável; o terror, sim, deve ser derrotado.
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