- Cláudio Júnior Damin, doutor em Ciência Política e
professor da Universidade Federal do Pampa, campus São Borja.
https://www.facebook.com/claudio.damin.lv/
O atual governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori
(MDB) lidera, e com folga, a corrida pelo Palácio Piratini. Segundo o
levantamento do instituto Paraná realizado de 06 a 11 de junho, o peemedebista
alcança até 30% das intenções de voto no primeiro turno. Seus concorrentes mais
imediatos – Eduardo Leite (PSDB), Miguel Rossetto (PT) e Jairo Jorge (PDT) –
conseguem, no máximo, atingir 12% de intenção de voto. Hoje essas três
candidaturas, empatadas tecnicamente, disputariam uma vaga no segundo turno com
o governador.
O desempenho de Sartori não deixa de ser mesmo
surpreendente por dois motivos.
Em primeiro lugar, porque seu governo possui uma baixa
aprovação popular. Segundo a pesquisa, apenas 18.3% dos eleitores gaúchos
consideram o governo estadual ótimo/bom, para 37.9% ele é regular e outros
42.2% avaliam como ruim/péssimo. Note-se que a rejeição ao governo é duas vezes
superior a sua aprovação. Ao que parece, parte desse contingente elevado de
gaúchos que considera como “regular” o governo de Sartori o escolhe como
candidato no primeiro turno.
Em algumas eleições esse eleitor com opinião regular
sobre determinada administração é governista e em outras é oposicionista. A
julgar pelos 30% de intenção de voto do governador, o eleitor gaúcho com
opinião regular sobre o governo aproxima-se do governismo, catapultando Sartori
para a liderança isolada na pesquisa.
O segundo motivo que justifica a surpresa com o
desempenho do governador é sua taxa de rejeição. Ela é elevada: 51.5% dos
entrevistados dizem que não votariam de jeito nenhum em Sartori para
governador. Seu potencial de voto, por sua vez, é de 47%. O governador é, neste
momento, o candidato mais rejeitado, e também o de maior intenção de voto.
Infelizmente a pesquisa não realizou simulações de
segundo turno que poderiam sinalizar para o atual teto de intenção de voto do
governador, ou seja, o quanto ele consegue crescer do primeiro para o segundo
turno.
Sartori, por fim, é também beneficiado pela fragmentação
de outras candidaturas que enfrentam dois problemas distintos: rejeição alta e
elevado grau de desconhecimento.
A esse respeito, o candidato do PT, ex-ministro Miguel
Rossetto, que teoricamente representa a candidatura oposicionista de maior
representatividade entre o eleitorado, é rejeitado por um número também
preocupante: 47.8%. Além de revelar a força do anti-petismo no Rio Grande do
Sul, indica a incapacidade de o PT agregar em torno de seu candidato os
eleitores insatisfeitos com o governo Sartori. Relembre-se que Rossetto atinge,
no máximo, 12% de intenção de voto.
Já Eduardo Leite, que o Palácio Piratini considera o
principal adversário do atual governador, é o candidato de menor rejeição –
31.4% –, o que poderia garantir-lhe uma vantagem competitiva. Não é, neste
momento, o que ocorre em função de outra variável: o ex-prefeito de Pelotas é
desconhecido por 35% dos entrevistados. Esse grupo não sabe quem ele é,
brecando um melhor desempenho mesmo que possua baixa rejeição. O desafio de
Eduardo Leite, portanto, é tornar-se conhecido mantendo rejeição em torno dos
30%.
Jairo Jorge e Luiz Carlos Heinze sofrem de dois problemas
conjugados. Os dois candidatos possuem rejeição na casa dos 40% e
desconhecimento de 30%. Em média, a cada dez eleitores gaúchos, três poderiam
votar em Heinze ou Jairo para governador, outros quatro não votariam de jeito
nenhum e os demais três sequer os conhecem. São, pois, neste momento,
candidatos de competitividade duvidosa, pois precisam se tornar mais conhecidos
sem que isso implique maior rejeição a seus nomes.
A folgada liderança de Sartori, vale destacar, pode ser
ilusória. E não só pelo fato de os demais candidatos serem ainda e em boa
medida desconhecidos do eleitorado - principalmente Eduardo, Jairo e Heinze –,
mas também porque há um contingente na casa dos 20% que não escolhe qualquer um
dos candidatos apresentados pelo instituto Paraná. O cenário atual pode muito
bem ser alterado.
A única possibilidade que NÃO poderia acontecer, a meu juízo, é entregar o Estado novamente nas mãos do PT. Aí temos mesmo é que afundar de vez e viver pedindo bexiga à primeira mão que estiver ao alcance. O povo gaúcho não merece!!!
ResponderExcluirConcordo em gênero numero e grau , mais quatro anos de esquerda e iremos de vez ao fundo do poço
ExcluirO BOM seria se o Rio Grande do Sul reelegesse SARTORI. Não que ele esteja fazendo um bom governo. Mas porque ele está FAZENDO O POSSÍVEL. Numa continuidade de 2º mandato....já poderia fazer bem melhor. Agora.....recair na esquerdalha? Que DESASTRE!.
ResponderExcluirComeçamos bem!!!
ResponderExcluirSartori é do MDB de Temer, Renan, Jucá, Jader Barbalho, Eunício de Oliveira, Sarney, Edson Lobão, Eduardo Cunha, etc. Apoiou os governos de Lula e Dilma. Um partido fisiologista, dominado por caciques de várias regiões.
A segunda opção, empatados, temos Rosseto do PT de Lula/Dilma e Eduardo Leite do PSDB de Aécio, Serra e Alckimin.
Bela renovação!
concordo em grau, gênero, número, módulo, direção e sentido
ExcluirO governador vem marcando seu mandato pela conjuração de dois fatores o da recuperação administrativa e também da busca de soluções práticas para por a casa em ordem. Esbarra no entanto no velho comportamento clichê de uma base que se desfez hoje devido a suas ambições. Do contrário teria já livrado-se de penduricalhos que operam em prejuízo, atrasam a vida econômica da administração e emperram tentativas de impor um modelo de gestão mais próximo da realidade e longe dos padrôes populistas e comprometedores que vem marcando governos que só fazem aquilo que lhes é palatável politicamente e não o que é necessário. Claro que sou contra parcelamento de servidores mas como era possível prometer o inviável ante ao quadro de irresponsabilidade deixado pelo PT? Um quadro pintado a cores espúrias por um governador que quando ministro da Educação instituiu um piso que ele próprio negou-se a pagar, chegando a ingressar na justiça para tal. É sempre bom refrescar a memória do eleitor nestas horas para que haja sempre uma compreensão maior do nosso quadro.
ResponderExcluirConcordo com o Sr Marcelo, comentario em 12 MAR as 19:33 hs, embora tenha salario parcelado ainda dou credito ao Governador Sartori, sem esquecer que Jairo Jorge foi PT e Miguel Rosseto ainda filiado a OCRIM.
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