Entrevista, Júlio Ribeiro, presidente do Clube de Opinião do RS - A credibilidade do jornalista vale mais do que qualquer patrimônio

O jornalista gaúcho Júlio Ribeiro é presidente do Clube de Opinião e publischer da revista Press/Advertising. Na sua editora, administra também um portal, 5 sites e 9 blogs. Júlio Ribei4ro tem 55 anos, 30 anos de jornalismo e 21 de Press/Advertising.

ENTREVISTA

Na internet, qual a diferença principal entre portais, sites e blogs ?
O portal é um grande guarda-chuva que abriga tudo. No caso do blog, o jornalismo tem formato informativo, mas tem tratamento mais pessoal. Os sites assemelham-se muito ao tom impessoal que caracteriza a chamada mídia tradicional.

A responsabilidade do jornalista é maior ou menor na mídia tradicional e na mídia de internet ?
Eu diria que a informação e a opinião possuem filtros maiores na mídia tradicional, dado seus níveis de interesses econômicos, financeiros, políticos e sociais, obrigando os jornalistas a uma autocensura muito grande.

A na internet, como blogs ?
A responsabilidade é totalmente do blogueiro, pessoal, profissional e patrimonialmente.

O editor de um blog seria, então, mais destemido, mais voluntarioso, capaz de avançar o sinal, já que tudo depende dele ?
Como ? E a credibilidade, onde é que fica ? Sem credibilidade não tem leitor e não tem jornalismo. Ninguém se sustenta 20 anos na internet ou seja em que mídia for, sem isto. Este é o grande patrimônio. Não dá para perder.

Então, tem o que perder ?
Perder credibilidade é pior do que perder o patrimônio, porque isto significa ficar sem leitor, sem fonte e sem trabalho, portanto sem respeitabilidade e sem renda. Isto é um risco enorme para qualquer jornalista, sobretudo para quem exerce atividade solo.

O jornalista de qualquer das mídias tem a obrigação de checar suas fontes, buscar novos ângulos ou novas fontes para confirmar as primeiras ?
Sim, claro, mas nem sempre. Se a fonte é crível o suficiente, é tratar de tocar adiante. Eu, o leitor, qualquer pessoa, precisa identrificar bem a fonte e se ela é crível. Se for, é tocar adiante. Eu mesmo, como jornalista, faço isto. Navego por cinco ou seis blogs diariamente, mas só admito aceitar informações e opiniões dos que considero detentores de credibilidade.

E as fake news ?
Isto sempre existiu. Antigamente, era chamado de jornalismo marrom

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