- Advogado
Outrora
apenas em volumosos livros e pastas, hoje as informações orçamentárias também
estão disponíveis em meio eletrônico nos “sites” das casas legislativas e dos
poderes executivos. E há acompanhamento da imprensa especializada.
Na sua plenitude
e extensão, o orçamento público deverá representar a realidade do estado
organizado (união, estados e municípios), sua dimensão e expectativa econômica,
social e política, e se constituir em objeto e meio de ação e atividade
pública.
Porém, ainda
que organizado e garantido formal e legalmente, isso não assegura a necessária
transparência, haja vista que a maioria das pessoas não consegue entender o que
ali está (d)escrito.
Nos programas
partidários de governo, principalmente durante o período e processo eleitoral,
com certeza constará o compromisso de democratização e transparência do
orçamento.
Afinal, é
obrigação dos partidos, dos políticos e dos governantes, fazer com que a
comunidade se interesse e entenda os números e as informações relacionadas às
contas públicas. Conseqüentemente, é necessária a adoção de meios e dados mais
acessíveis à linguagem popular, de modo informativo e qualitativo.
Trata-se de
um esforço que não deve se restringir às entidades públicas. Por todos seus
meios e formas de organização e ação comunitária, econômica e social, é
essencial a participação da comunidade para exigir e garantir a transparência,
a elaboração, a execução e a fiscalização compreensíveis(!) dos gastos
públicos. Com certeza, resultará mais eficácia, qualidade e veracidade das
políticas públicas. E justiça social.
Essa atitude democrática e popular irá detectar e propiciar reformas da
administração pública, a exemplo de mais eficiência e menos burocracia, assim
como poderá constatar e denunciar onerosas e ineficientes funções e tarefas. E
a ocorrência de corrupção.
Um exemplo e
detalhe depreciativo que merece uma urgente e definitiva reação e atitude
popular corretiva. Regra geral, em quase todas as casas legislativas, em todos
os níveis de governo, o orçamento público é votado tardia e açodadamente. Sem
prévios estudos e análises rigorosas.
Habitualmente, a “culpa” é do poder executivo que atrasa
propositalmente sua remessa ao poder legislativo para encurtar o debate público
e parlamentar e “forçar/acelerar” sua aprovação.
Por isso, enquanto não houver maior divulgação, linguagem
acessível, esclarecimentos e debate público, bem como clareza e exatidão na
confecção e execução orçamentária, permanecerá o rótulo pejorativo de “peça de
ficção” e “caixa-preta”.
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