A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reforçou a mensagem contida no comunicado divulgado após o encontro da semana passada, quando a Selic foi mantida, sem surpresas, em 6,5% ao ano.
A constatação é de análise que fizeram esta manhã os economistas do Bradesco. Leia mais:
A mensagem central permanece a de que o Banco Central irá reagir apenas aos efeitos secundários dos choques recentes e que o atual cenário prescreve política monetária estimulativa. Assim como no comunicado, o colegiado reconheceu na ata que a inflação de junho refletiu os efeitos altistas derivados da paralisação no setor de transportes e de outros ajustes de preços relativos, mas que as projeções para os meses subsequentes corroboram a visão de que tais efeitos devem ser temporários, com as medidas de núcleo seguindo em níveis baixos. Contudo, o BC apontou a necessidade de acompanhar os possíveis efeitos secundários desses choques sobre a trajetória prospectiva da inflação, bem como avaliar sua perenidade. Em relação à atividade econômica, a autoridade monetária reforçou que o processo de recuperação da economia segue, porém em um ritmo mais gradual do que o esperado antes da referida paralisação. Assim, o Copom permaneceu apontando que pautará sua atuação, agora voltada para 2019, com foco na evolução das projeções de inflação, atividade e no seu balanço de riscos, reagindo apenas a efeitos secundários. Quanto aos próximos passos da política monetária, o comitê pontuou no parágrafo 24 que, dado o maior grau de incerteza da atual conjuntura e a necessidade de maior flexibilidade para sua condução, não forneceria informações sobre a evolução futura da taxa de juros, mas que, na ausência de choques adicionais, o “cenário de inflação deve revelar-se confortável”. Avaliamos que, diante da perspectiva de que não haverá deterioração das expectativas de inflação para 2019 nos próximos meses e que, dissipados os efeitos da paralisação no setor de transportes, a atividade econômica continuará se recuperando de forma bastante gradual, mantemos expectativa de que a Selic seguirá em 6,50% ao ano até o final de 2018.
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