Steven Levitsky, brazilianist, autor do livro "Como as democracias morrem".
• O senhor cita no livro alguns critérios que permitem
identificar um político autoritário. Algum dos candidatos à Presidência no
Brasil se enquadra nessa categoria?
Não sou especialista em política brasileira, mas fizemos
uma investigação e constatamos que sim, que Jair Bolsonaro (PSL) se revela como
potencialmente autoritário.
Ele já se manifestou a favor da ditadura militar, já
pediu o fechamento do Congresso, disse que pretende governar com as Forças
Armadas, questionou a legitimidade do sistema eleitoral. Para mim, são
evidências de que não está comprometido com as regras democráticas.
• O que explica o apelo popular de tantos líderes
autoritários?
O Brasil é um bom exemplo. Vocês enfrentam ao mesmo tempo
uma tremenda crise econômica e a pior crise de corrupção que já se viu numa
democracia. É uma tempestade perfeita.
Em momentos assim é muito comum a aparição de populistas
que prometem limpar o sistema, combater a classe política. Resulta atrativo
para a população. O desafio do Brasil é sobreviver à tormenta sem eleger um
autoritário.
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Steven Levitsky, professor de ciência política da
Universidade Harvard, tem 50 anos. Desenvolve pesquisas sobre América Latina,
sistemas políticos, democracias e ditaduras. Escreveu, com Daniel Ziblat, o
livro “Como as Democracias Morrem”, que sai em setembro no Brasil. Entrevista,
Folha de S. Paulo, 12/8/2018.
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