O registro da candidatura de Lula é considerado pelos
jornais uma afronta à Justiça/Lava Jato. A partir daí, fica estabelecida a
interpretação de que o Judiciário e Lula se comportam como adversários. Não há
espaço para que outra agenda ocupe este início de campanha eleitoral.
O artigo do petista no NYT nesta semana e a mobilização
com significativo número de militantes ontem em Brasília contribuem para que o
ex-presidente predomine na pauta, com forte contraponto feito pelos editoriais
e outros espaços de opinião.
É dessa forma que Lula chega ao início da campanha
polarizando não com um candidato rival, mas com outros agentes relevantes no
processo eleitoral, como a própria imprensa e o Judiciário.
Já não se fala, como meses atrás, em um candidato
anti-Lula. É o próprio sistema democrático que polariza com o petista, na
perspectiva do noticiário.
“PT trava nova luta contra o Judiciário”, afirma Daniela
Lima na Folha. “Lava Jato faz cerco à tática do PT na eleição”, diz o Estadão.
O jornal cita o pedido de procuradores para evitar que Gleisi atue como
advogada de Lula e o adiamento anunciado por Sergio Moro do depoimento de Lula.
“Moro não quer a aparição de Lula na TV e em fotos
jornalísticas durante a campanha eleitoral. Cá entre nós, é atribuir à simples
imagem de Lula um poder insuperável”, diz Janio de Freitas.
Os jornais destacam que Raquel Dodge já pediu que Lula
seja declarado inelegível. “Lula faz pressão, Dodge age rápido”, publica o
Correio. De acordo com o Painel, a aposta no TSE é que Barroso vai impor
análise célere ao registro da candidatura de Lula.
O Jornal Nacional destaca que o MP apresentou à Justiça
queixas sobre o que considera excesso de visitas que o petista recebe na
prisão.
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