Artigo, Nilton Carvalho, advogado, RS - A morte do meu pai


Este texto foi escrito pelo advogado gaúcho Nilton Carvalho, no exato momento em que ele foi embora. Apesar te estar pronto para ir embora desde domingo à noite, ele só parou de respirar quando recebeu de um sacerdote a unção dos enfermos, quando o óleo sagrado foi cruzado em sua testa. Nésio de Araújo Carvalho foi em paz.

Dia 26, um homem bom, de caráter, íntegro, leal, que nunca gostou ou brigou por riqueza, que jamais revelou um segredo, que nunca teve inimigos, que jamais se utilizou da fraqueza de um eventual oponente, que nunca tirou ou tentou tirar vantagem de alguém, que amava a natureza, os animais, sua eterna mulher, seus filhos, sua nora, suas netas, seus sobrinhos, poucos amigos.  e que sempre teve uma forma diferente e sozinha de viver e pensar a vida, foi embora!!

Este homem era o meu pai, figura reta, ereta, simpática e braba.

Ele não utilizava atalhos nem sofismas. Inteligente e culto, passava seu conhecimento  a quem, atento fosse, jamais impunha sua opinião, detestava discutir, preferia não ter razão a ter uma discussão. Lutou até o último minuto. Em momento algum se queixou. Não sei se foi inteligente em não falar no mal contra qual lutava ou se foi altruísta,  poupando-nos de momentos melancólicos. Católico que era, só aceitou partir quando teve à sua frente a correta liturgia cristã. E foi em paz, sem culpa, sem arrependimento, com estilo, delicado e amável, meigo, simples e exuberantemente singelo.

Parou de respirar ... e foi emocionante, pois ele era de emocionar.

Tchau pai. Siga com Deus e faça lá, tudo de novo.

Te amo!!!

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