Nenhum candidato abordou até agora
o terrível legado das gestões lulopetistas
A campanha eleitoral já está há
duas semanas nas ruas do País, mas quase nenhum candidato a presidente foi
capaz de abordar aquele que deveria ser um dos principais assuntos desta
eleição: o terrível legado dos governos lulopetistas, especialmente o de Dilma
Rousseff.
Dilma sofreu impeachment em 12 de
maio de 2016 e foi afastada em definitivo em agosto daquele ano. Desde então, o
País luta para superar a imensa crise causada por sua incompetência e sua visão
de mundo, consubstanciada na ideia segundo a qual “despesa corrente é vida” –
frase símbolo do modo Dilma de pensar e que quase levou o País à ruína.
Os números de sua passagem pela
Presidência não permitem dúvida sobre o desastre: Dilma saiu pela porta dos
fundos do Palácio do Planalto deixando atrás de si uma inflação de mais de 9%,
uma taxa de juros próxima de 15% e desemprego de 10,9%, contra 6,5% em 2014,
quando a petista foi reeleita. O número total de desempregados saltou de 6,4
milhões para 11 milhões nesse curto período, uma alta impressionante de mais de
70%. Tudo isso sob o pano de fundo de uma brutal recessão de 7,6% registrada
entre a reeleição de Dilma e seu impeachment – lembrando que a petista recebeu
a economia crescendo a uma taxa média de 4,64% ao ano nos quatro anos
anteriores, durante o governo de seu criador, Lula da Silva. Nem é preciso
grande exercício de imaginação para especular como estaria o País hoje se ela
ainda estivesse a presidi-lo.
No entanto, nada disso parece
fazer parte dos discursos dos principais candidatos ao Palácio do Planalto, que
desde o começo da campanha deveriam ter usado o governo Dilma como exemplo
óbvio do que não se pode fazer na Presidência.
Mesmo os presidenciáveis que
integravam a oposição àquele tenebroso governo preferem ignorá-la, centrando
fogo no atual governo, como se fosse este o responsável pelo descalabro em que
o País vive. Pode-se fazer muitos reparos ao trabalho do presidente Temer, mas
é preciso reconhecer que, a despeito das imensas dificuldades resultantes do
turbulento processo de impeachment, seu governo estabilizou a inflação, reduziu
a taxa de juros, realizou algumas importantes reformas necessárias para a
retomada da atividade econômica e conferiu um mínimo de racionalidade ao
processo político. Tudo isso em menos de dois anos. É um feito, sob qualquer
aspecto.
Mesmo assim, é seu governo, e o
não o de Dilma, que é tratado como “herança maldita” na campanha eleitoral.
Consolidou-se o discurso segundo o qual Temer resume, em si, o que há de pior
no País, desde a corrupção até a cassação de “direitos sociais”, passando pelo
desemprego e pela lenta retomada econômica – e tudo isso se traduz em uma
impopularidade da ordem de 70%, inédita na história nacional. Enquanto isso,
Dilma Rousseff aparece como favorita para ganhar uma das vagas ao Senado por
Minas Gerais.
Não se chega a tal situação sem
uma estratégia muito bem pensada. Quando conquistou a Presidência, em 2003,
Lula da Silva tratou logo de qualificar o governo de seu antecessor, Fernando
Henrique Cardoso, de “herança maldita”, malgrado o óbvio fato de que, não fosse
a estabilidade da economia proporcionada pela administração de FHC, a agenda
social lulopetista, que tantos votos ainda rende ao demiurgo petista, não
sairia do papel. Mas esse embuste funcionou perfeitamente – tanto que os
candidatos tucanos à Presidência depois de FHC trataram de se desvincular do
ex-presidente, pois temiam perder votos.
A maligna figura dos quatorze anos de petismo foi Lula da Silva. Todos os muitos outros figurantes, foram apenas coadjuvantes do grande desastre que assolou nosso país. Aquele que já trouxe no seu DNA a missão, em conluio com as trevas, de perfurar todos os princípios da ética e da decência está encarcerado, porém, não completamente inoperante. É que, infelizmente, uma massa de analfabetos políticos estará, inocentemente, dificultando muitos avanços das relações sociais, apoiando políticos herdeiros da cultura populista que viciou, os mais vulneráveis, com o empoderamento da mediocridade.
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