Quem disse que ter noções de Direito é exclusividade de bacharéis?
Oh, não! Há conceitos e valores que todo e qualquer cidadão responsável
deveria cultivar. E não precisa incorrer no "juspedantismo", aquela
língua estranha dos operadores do Direito. Vejamos em casos concretos.
São dois. No primeiro, uma senhora, que morava perto da linha do
trem, chamou um marceneiro para prestar um serviço.
"Quando o trem passa", disse ela ao artífice, "o
meu roupeiro faz um barulho muito estranho, chega a dar medo."
Depois de examinar o móvel, ele propôs: "Vou entrar no
roupeiro e, quando o trem passar, verei por dentro o que
ocorre." E assim fez.
Aos poucos minutos, antes do trem, chegou o marido da senhora,
que, por acaso, foi logo abrindo o roupeiro.
"Ah, meu amigo", disse o marceneiro, "se eu lhe
disser que estou aqui esperando o trem, o senhor não vai
acreditar!" E se lamentou: "Como poderei provar a verdade?"
Pois é. Às vezes, o que parece só parece, mas não é. Eis por que a Constituição Federal é pressurosa ao garantir aos litigantes e aos
acusados em geral "o contraditório e ampla
defesa": liberdade para apresentar provas e um terceiro imparcial
para julgar.
No segundo caso, o marido foi advertido de que a patroa todo dia
recebia uma visita de calças, chapéu e bigode. E decidiu dar
uma incerta, voltando para
casa em hora inesperada
- indo direto ao roupeiro.
Ali, entre vestidos e blusas da mulher, ele encontrou uma figura
de calças, chapéu e bigode. Mas os suspeitos logo passaram
a negar tudo!
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