Projetos ficam melhores e mais baratos quando os
condôminos se envolvem
O ditado "santo de casa não faz milagre" não se
aplica aos condomínios. O engajamento dos vizinhos tem se mostrado crucial para
o sucesso de qualquer iniciativa, e felizmente, aos pouquinhos, a participação
dos moradores está aumentando.
É incrível notar como os projetos ficam melhores e mais
baratos quando os condôminos se envolvem e dedicam um pouco de tempo para
melhorar o lugar onde vivem.
A gestão de condomínios está mais profissional e se
tornou uma atividade bastante complexa, que requer a atuação de uma equipe
multidisciplinar, composta por advogado, contador, administrador, engenheiro,
gestor predial, entre outros profissionais. Mas a engrenagem só funciona
direito com a participação dos moradores --citando mais um dito, "o olho
do dono é que engorda o porco".
O segredo de sucesso é a criação de comissões temáticas
de trabalho, órgãos de apoio e auxílio ao síndico formados por moradores
voluntários, com intuito de buscar melhores soluções, práticas e preços.
Temas como finanças, segurança e manutenção são os
campeões de demanda nas comissões, mas atividades que buscam integração entre
os moradores estão ganhando força, tais como comissão social, de eventos e
esporte.
Ademais, a participação dos moradores tende a trazer mais
lisura e transparência a qualquer processo, eliminando aquela péssima impressão
de que há esquemas nas contratações, propinas e favorecimentos.
Recentemente, num condomínio com mais de 300
apartamentos, o sistema de aquecimento de água entrou em colapso. Síndica e
conselheiros buscaram orçamentos para a solução do problema, e as propostas
beiravam os R$ 2 milhões.
Em assembleia, foi criada uma comissão da água quente,
cujos membros estudaram a fundo o tema, ouviram especialistas e, após reuniões
e assembleias, conseguiram uma solução alternativa, que custou menos de R$ 400
mil --um quinto do valor inicialmente estimado. Um case de sucesso, que gerou
uma economia milionária.
Em outro condomínio, com problemas de relacionamento
entre os vizinhos, criou-se uma comissão social, com a árdua tarefa de
aproximar os moradores e acabar com os conflitos. Em menos de um ano, festa
junina, dia das crianças, campeonato de futebol e um ciclo de palestras com
conscientização sobre direitos e deveres foi o suficiente para quase zerar as
ocorrências disciplinares.
Se há algo a melhorar no condomínio, não adianta apenas
reclamar, mas sim comparecer à próxima assembleia, se voluntariar para
cooperar, angariar o apoio dos vizinhos e fazer a diferença.
Márcio Rachkorsky
Advogado, é membro da Comissão de Direito Urbanístico da
OAB-SP.
Com certeza, os condôminos devem ser participativos comparecendo nas assembleias que e o forum adequado para se solucionar problemas condominiais.
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