Com a confissão e provável delação premiada de Walter
Delgatti Neto, líder dos presos na Operação Spoofing, resta saber quem está por
trás do hackeamento de mais de mil autoridades dos três poderes, pessoas
ligadas a elas, e jornalistas. O sócio oculto da ação criminosa.
Se alguém pagou aos hackers pelo serviço, é preciso
localizá-lo e saber qual sua intenção. Se essa pessoa repassou as informações
sobre a Lava-Jato para o site Intercept Brasil, os editores não têm nada a ver
com os crimes cometidos, e cumpriram sua função jornalística protegida pela
Constituição.
Mesmo que alguns juristas entendam que, como esse tipo de
informação só pode ser conseguido com autorização judicial, o órgão de imprensa
deveria desconfiar que a origem era ilegal.
Se tiverem pago pelas informações, há uma questão ética e
outra jurídica. A ética, não parece estar ligada a nenhum crime. Mesmo assim,
há uma dúvida sobre o momento do pagamento: antes do hackeamento, ou depois de
o material obtido?
Se antes, podem ser considerados cúmplices. Também o
período em que pagaram é importante na definição. Se pagaram por um pacote de
informações depois de o crime ter sido praticado pelos hackers, e não receberam
nenhuma informação adicional, não há como acusá-los.
Como o crime continuou a ser praticado até a véspera da
prisão, com o celular do ministro Paulo Guedes sendo invadido, se o Intercept
pagou por novas informações nesse período, pode ser considerado cúmplice.
A única mulher presa, Suelen de Oliveira, transaciona com
bitcoins, e a Polícia Federal suspeita que parte do pagamento possa ter sido
feita em moedas virtuais.
O editor do Intercept Brasil Glenn Greenwald comparou-se
ontem a Julian Assange, fundador do site WikiLeaks, atualmente preso em
Londres, depois de viver sete anos exilado na embaixada do Equador na capital
inglesa.
Assange é o fundador do site Wikileaks, que publicou
documentos sigilosos sobre a atuação dos Estados Unidos nas guerras o Iraque e
Afeganistão. Vazados pelo soldado Bradley Manning, que hoje se chama Chelsea
depois de uma operação de troca de sexo, os documentos foram publicados em
vários grandes jornais do mundo.
Chelsea foi condenada por divulgar documentos de Estado
sigilosos, mas teve a pena comutada em 2017 pelo presidente Obama.
Outro caso famoso é o de Edward Snowden, analista de
sistemas que trabalhou na CIA e na NSA, e divulgou no Guardian, de Londres, e
no Washington Post, dos Estados Unidos, documentos detalhando programas do
sistema de vigilância global de comunicações do governo americano.
Foi acusado de roubo de propriedade do governo,
comunicação não autorizada de informações de defesa nacional e comunicação
intencional de informações classificadas como de inteligência para pessoa não
autorizada.
Houve também os Pentagon Papers, documento sigiloso sobre
a atuação militar dos Estados Unidos na guerra do Vietnã tornado público por
Daniel Ellsberg, fucionário do Pentágono, primeiro pelo New York Times e em
seguida pelo Washington Post.
O então presidente Richard Nixon tentou impedir a publicação
dos segredos de Estado, mas a Suprema Corte considerou legítima a atuação dos
jornais. Mais recentemente, durante as primárias do Partido Democrata em 2016,
o Wikileaks divulgou emails da candidata Hillary Clinton.
Os democratas e técnicos em informática denunciaram que
órgãos de inteligência da Rússia hackearam os emails e os entregaram ao
WikiLeaks, o que é negado por Julian Assange.
Como se vê, em nenhum dos casos mais famosos os jornais
foram punidos, e quando o governo tentou barrar a divulgação, prevaleceu a
liberdade de imprensa e de informação. Mas todos os casos, com exceção do de
Hillary Clinton, foram protagonizados por indivíduos que acessaram documentos
oficiais para denunciar o que consideravam práticas indefensáveis dos governos.
São os “wistleblowers” (literalmente “sopradores de
apito”, os que alertam a sociedade). Os presos em São Paulo e seus antecedentes
de estelionato e fraudes cibernéticas não parecem ser “whistleblowers”. Não
foram documentos oficiais divulgados, mas conversas privadas através de invasão
de privacidade de cerca de mil autoridades e jornalistas.
A profissão de jornalista não dá ao mesmo o direito de roubar ou mandar hackear dados, única e exclusivamente para soltar um bandido condenado por roubar bilhões de seu próprio país... aliás, na entrevista do meliante lula para o pseudo jornalista Gleen, o preso pediu para que o Greenwald o ajudasse a "provar sua inocência", coisa que jamais acontecerá pq o mesmo é bandido... simples assim!!!
ResponderExcluirEste MERVAL é mesmo um NADA!
ResponderExcluir