Esta análise é de hoje e é assinada pelos economistas do Bradesco:
O PIB brasileiro avançou 0,4% no segundo trimestre do ano, na margem. Esse resultado surpreendeu positivamente (nós e o mercado esperávamos 0,2%). Na comparação interanual, a economia avançou 1,0%.
Em relação ao primeiro trimestre do ano, a indústria registrou a maior variação (0,7%), refletindo majoritariamente o desempenho positivo da indústria de transformação e da construção civil – principal responsável pela surpresa positiva. O setor de serviços, por sua vez, avançou 0,3%, enquanto a agropecuária recuou 0,4%.
Na mesma base de comparação, pela ótica da demanda, a formação bruta de capital fixo avançou 3,2% (depois de duas quedas consecutivas), enquanto o consumo das famílias e os gastos do governo variaram 0,3% e -1,0%, respectivamente. Dessa forma, a demanda doméstica contribuiu com 0,8 p.p. da variação total na margem, sendo 0,3 p.p. da variação de estoques, segundo nossas estimativas. As exportações líquidas, por sua vez, suprimiram 0,4 p.p.
A abertura do dado reportado apresentou, portanto, surpresa concentrada no segmento de construção civil. Os primeiros indicadores do terceiro trimestre sugerem uma retomada bastante gradual da atividade econômica, que deve ser favorecida, principalmente no último trimestre, pela liberação dos recursos do FGTS. A nossa projeção de 0,8% para o PIB do ano fica menos assimétrica (para baixo) com o dado reportado. Por sua vez, a desaceleração da economia global continua como fator de risco relevante para o cenário, ao mesmo tempo em que o nível de ociosidade na economia deverá continuar bastante elevado, diminuindo muito lentamente ao longo dos próximos trimestres.
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