Quem começou a conversa com grandes empresários foi a Gerdau, mas a siderúrgica nega ter liderado o movimento ou sugerido a retenção de vacinas pela iniciativa privada. Uma fonte ouvida pelo jornal diz que foi o próprio governo federal quem sugeriu a cota de 50%.
O governo federal mandou uma carta à AstraZeneca dizendo que não se opõe à compra de 33 milhões de doses da vacina contra o vírus chinês pelo setor privado.
A história, segundo apurações de vários repórteres, é a seguinte: desde meados da semana passada, um grupo de grandes empresas tem conversado com o ministério da Saúde para negociar a autorização para a compra do lote. As 33 milhões de doses estariam disponíveis para venda a partir da Inglaterra, desde que pelo menos 11 milhões fossem adquiridas de uma só tacada. Para isso, a pasta deveria editar um ato estabelecendo quais seriam as condições para a permissão. E, pelo acordo em andamento, metade das doses adquiridas seriam doadas ao SUS, enquanto a outra parte seria distribuída entre os funcionários das empresas e seus familiares.
Além da reserva de metade das doses para o SUS, a carta estabelece que as doses privadas não poderiam ser vendidas, apenas aplicadas de graça nos funcionários, e que deveria haver um sistema de rastreamento de vacinas. É alto o preço do lote negociado pelo setor privado – cada dose custa US$ 23,79, mais de quatro vezes o preço pago pelo governo federal nas unidades importadas da Índia. O cálculo é que se conseguiria, “de graça”, ter 16,5 milhões de doses para imunizar cerca de oito milhões de pessoas. .
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