Os economistas do Bradesco dizem, hoje, que a ata do Copom reforçou a intenção de fazer o ajuste da política monetária, voltando ao nível neutro. O documento apontou uma visão de recuperação robusta da atividade econômica global em um ambiente de estímulos fiscais e monetários, mas as incertezas elevadas e a presença de riscos inflacionários levantam desafios aos países emergentes. Em relação ao cenário doméstico, a ata reconhece as surpresas positivas recentes da atividade, mesmo diante da segunda onda da pandemia, ressaltando que os riscos para a recuperação econômica reduziram-se significativamente. Além disso, o BC reconheceu que as pressões inflacionárias, principalmente sobre os bens industriais, têm se mostrado mais persistentes do que o esperado, mas essa alta pode ser revertida à frente. O BC também ressaltou que acompanha a evolução do setor de serviços e as possíveis pressões inflacionárias provenientes da reabertura da economia com a vacinação.
o Diante dessa avaliação, o colegiado classificou como apropriada a normalização da política monetária até o patamar neutro, sinalizando elevações subsequentes de juros até este nível. Foi explicitada a discussão de adotar uma redução mais tempestiva dos estímulos já nessa última reunião, mas o Comitê optou pela manutenção do ritmo de alta de juros. Contudo, para a reunião seguinte, existe a possibilidade de aceleração do grau de ajuste monetário, condicionado ao comportamento das expectativas de inflação (acompanhando a pesquisa Focus e o implícito nos preços de mercado) e da evolução dos preços mais inerciais. Em nossa avaliação, por ora, o fluxo de dados quanto à atividade econômica, à taxa de câmbio e às expectativas determinarão o ritmo de elevação em agosto. Por ora, nossa expectativa de juros chegando a 6,50% a.a. no final de 2022 deve ser antecipada para este ano.
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