Artigo, Silvio Lopes - Rato polinésio

Refletindo sobre o Brasil, sua sanha em perder as chances de se tornar uma potência mundial, lembrei da Ilha de Páscoa, um ponto perdido na imensidão do Oceano Pacífico, de não mais que 260 km quadrados. Ali aportaram os holandeses em 1722 e constataram a tragédia ambiental (destruição das florestas existentes) pelos chamados rattus exulans - rato polinésio-, roedores clandestinos chegados junto aos primeiros navios. Sem predadores naturais( oposição), esses roedores manifestaram uma poderosa arma de reprodução. Em apenas 3 anos, um casal desse roedor pode reproduzir 70 milhões de filhotes( seus parceiros de ecatombe). O Brasil tem há 40 anos, no mínimo, um rato polinésio humano, com idêntico poder destruidor e semelhante fantástica capacidade de reprodução(criação de um contingente de milhões de "operários" fiéis na tarefa de compartilhar o desastre nacional que os anima). Diferente do rato polinésio roedor, o nosso rato é idolatrado por tudo que faz, ou fala( ele fala sim), mesmo quando provoca o caos e condena seus próprios idólatras às mais deploráveis condições de vida. Tudo isso explica, enfim, o por que de o "sistema" não admitir quem o enfrente(oposição, predador) como o fez, pela vez primeira em nossa República, o ex- presidente Bolsonaro. Ratos polinésios, conforme provado, só prosperam se livres de predadores. O " sistema", unido e usando de astúcia e sem o menor escrúpulo prá sobreviver, propõe ser, como estratégia de sempre, a saída para evitar o caos( por ele inventado), bem ao estilo francês: " Plus ça change, plus c'est la même chouse". Ou seja: " Quanto mais muda, mais é a mesma coisa". Pior é que esses milhões de "ratos polinésios" brasileiros, entorpecidos e embriagados pelo fanatismo ideológico, sequer desconfiam( falta de discernimento  intelectual, no mínimo) que a floresta que os sustenta e garante uma vida digna e independente, pode virar pó. Mantenhamos a esperança no predador dessa praga. É o mínimo que podemos fazer para salvar este país da tragédia anunciada. 


Sílvio Lopes, jornalista e economista.

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