Formas de luta

Não tem como não vincular a liberação pra o pagamento de R$ 10 bilhões de emendas parlamentares de senadores e deputados, tudo nas 48 horas que antecederam a votação para a indicação do ministro Flávio Dino para o STF.

As emendas parlamentares são impositivas, ou seja, não depende da boa vontade do governo pagá-las ou não, mas depende da boa vontade do governo a escolha do momento do pagamento.

E isto diz tudo.

Somente este ano, o governo lulopetista pagou R$ 40 bilhões para obras, serviços e entes escolhidos pelos deputados federais e senadores.

É uma derrama inédita de dinheiro.

O resultado se viu na votação:

Flávio Dino virou ministro por 47 votos contra 30.

O ministro, junto com Xandão, é com certeza o inimigo público número 1 das oposições do Brasil.

De nada adiantaram os protestos públicos realizados contra Flávio Dino.

O STF reforça seu time de cães de caça.

O povo oposicionista e a maioria ruidosa sabem disto.

O mundo acabou ?

O mundo não acabou.

Dá para falar que muitos senadores traíram o que deles esperavam a oposição e a maioria ruidosa ?

Nem tanto.

A não ser por aquela foto amancebada do senador Sérgio Moro abraçado ao seu arquiinimigo Flávio Dino e depois pela foto das falas no seu WhatsApp, reveladora do voto que o abraço já previa, os demais senadores da oposição cumpriram o dever de casa e é preciso cumprimentá-los, inclusive pelas falas devastadoras que fizeram cara a cara com Flávio Dino, que fez cara de paisagem o tempo todo e nem se deu ao trabalho de refutar, até para não perder votos.

Moro está marcado com ferro em brasa por esta traição despudorada. 

Eu até perdoei sua saída ruidosa do governo Bolsonaro, mas desta vez não tem perdão. Até seu companheiro de Lava Jato, Deltan Dallagnol, deixou claro que votar em Dino é o mesmo que aderir ao Sistema.

O lulopetismo emplacou um caçador implacável no STF, mas não alterou a enorme maioria que já tinha ali, algo como 9 x 2 ou as vezes até 11 x 0.

A luta pelo restabelecimento do estado democrático de direito continuará nos parlamentos, nas redes sociais, entre os jornalistas democratas que não se rendem, como também por parte dos advogados e a maioria ruidosa que continuará protestando nas ruas.

Apesar da repressão e da intimidação protagonizada pelo STF e seus aliados dentro do MP, da PF cumpridora de ordens espúrias e do servilismo da imprensa vendida .... apesar de tudo isto, existe muito espaço público para que a maioria ruidosa se organize com seus representantes, promovendo pressão política cada vez mais insuportável sobre os algozes que nos oprimem.

Ainda há espaço nas praças.

Ainda existem formas pacíficas e democráticas de oposição dentro dos Parlamentos e redes sociais.

Ainda é possível, até, imaginar na resistência através de formas de disputa política pacíficas e democráticas.

A ordem é não desistir, continuar pressionando politicamente o Eixo do Mal para derrotá-lo de vez, mas sobretudo demonstrar clareza em relação ao que queremos para este País, como estamos fazendo desde 2013.


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