Dia da PERFÍDIA, 9 de janeiro

Marcus Vinícius Gravina

Cidadão – Tit. Eleitoral 328036104/34


O ministro Alexandre de Moraes (STF) foi o primeiro a ameaçar manifestações alusivas ao 8 de Janeiro, neste mês. 

Ao tomar conhecimento de que o presidente Lula irá promover um ato oficial de protesto contra a oposição nesta data, “encostado” nos três comandantes das Forças Armadas e em ministros convidados do STF, tomei isto por mais uma provocação.  

Ele falará o que bem entender e sem contraditório para ecoar na mídia de aluguel.  Quanto aos ministros do STF que venham a apoiar com suas presenças, estarão antecipando e comprometendo, irregularmente, seus votos nos processos que irão julgar os presos a mando de um deles.  Que fiquem cientes disso. Devem respeito aos brasileiros.

Os pró-homens desta Nação, com raras exceções estão calados.

Dois fatos, intimamente ligados, o da suspeita fraude eleitoral de 2022 e o do 8 de Janeiro, sobre eles a história revelará a verdade. 

No entanto, existe algo intrigante naquele acontecimento de janeiro de 2023. O chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general G.Dias, presente aos atos de vandalismo, não acionou o chamado “Plano Escudo” que prevê a convocação de tropas e não repassou os alertas de inteligência. Enquanto isto o Ministro da Justiça, assistia impassível da janela do seu gabinete toda aquela agitação, com tropas militares próximas dele.

Mas, até que isto aconteça não deixarei de comentar o vídeo de uma das manifestantes, de dentro do ônibus para o qual foi conduzida com outros em frente ao Comando Militar do Planalto em Brasília: “O Exército nos entregou a Polícia Militar. Nós confiávamos no Exército, deram uma hora para evacuar. Ele iria nos proteger e o Exército nos entregou para a Polícia Militar”.

Há algo de incongruente a ser esclarecido, antes de chegar à conclusão de que teria havido um suposto ato de perfídia do Exército.  Estou desconfiado de que o general Dutra comandante, também, foi confundido pela decisão do ministro Alexander de Moraes. 

Sempre se ouviu dizer que a ordem  foi dada com a precípua finalidade de “desmonte dos acampamentos”. Tanto é verdade, que em todos os depoimentos colhidos depois ouviu-se,  que fora dado uma hora de prazo para a desocupação ou evacuação do local, o que aconteceu para um grande número de pessoas.  E, que muitos não tiveram condições de fazerem o mesmo, por falta de recursos.  Alguma coisa não está batendo bem nas narrativas criadas. 

Isto, no entanto,  é compatível com as versões que se seguiram. De que os ônibus levariam os restantes da frente do quartel  em cumprimento imediato  à ordem do ministro A. de Moraes, para outro local onde pudessem ficar até organizarem seus retornos as suas casas. Havia, idosos, mães com filhos menores, gestantes entre aquela gente.  

Se a decisão foi de prender e desmanchar, simultaneamente, os acampamentos, por quê foi concedido tempo  para saírem livres e acabaram por prender os que não puderam fazer o mesmo? 

Com a chegada do presidente Lula - no mesmo dia, de sua fuga estratégica de Brasília a Araraquara, algum esperto e oportunista resolveu pela prisão de uns para engrossar a denúncia a ser feita ao mundo político  e assim transformar a cilada aos invasores de prédios públicos  em  golpistas da direita à democracia, como será a encenação presidencial no próximo 8 de janeiro.

O general Dutra que entregou os manifestantes acampados diante do Quartel em Brasília para o embarque em 50 ônibus pela Policia Militar, se tivesse conhecimento de que eles seriam levados na condição de presos a um campo de concentração, sem infraestrutura mínima, jamais poderia dar a entender que eles seriam libertados em outro local. O transporte daquelas  pessoas foi realizado sem transtornos ou resistências.  Por isso, acredito que o próprio general Dutra, cumpridor da ordem do ministro A. de Moraes também foi enganado. 

Todavia, em caso contrário, pela primeira vez vou ter que admitir que o Exército Brasileiro, cometeu ato de perfídia se a intenção foi a de enganar aqueles brasileiros sobre o seu real destino.  

Para quem ainda não sabe o que é perfídia, em uma operação militar, escolha um dos seguintes significados: ato víl, traiçoeiro, enganador, infame ou, sem honra empregado para alcançar um determinado fim.  

Que este fim, não seja uma odiosa condecoração, medalha no peito no próximo dia 8 de janeiro,  que venha lhe ser outorgada pelo presidente Lula no ato comemorativo da “cilada” aplicada a milhares de presos levados a presídio improvisado, casa de tortura física e mental,  no mês de janeiro de 2023 – Dia da Vergonha Nacional. 

Caxias do Sul, 4.01.2025



 

Um comentário:

  1. O Sr. Marcus Gravina merece nosso respeito pela coragem e persistência na denúncia dos desmandos que vêm sendo praticados pelo Governo Fedral e pelo STF.

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