O professor Claudio Branchieri, deputado estadual e economista, RS.
Este artigo é publicado no jornal Correio do Povo de hoje.
Na última semana, o Brasil foi tomado por uma justa indignação: o caso de erotização infantil em redes sociais ganhou repercussão nacional após o vídeo-denúncia do influenciador Felca, revelando uma realidade cruel que há anos vem sendo ignorada. Chamam de “adultização”, mas o nome verdadeiro é pedofilia — crime hediondo, repugnante e que exige punição exemplar. A única resposta aceitável a um pedófilo é a prisão. Mas não é isso que estamos vendo.
Diante da comoção pública, o governo Lula preferiu ressuscitar uma pauta antiga: a regulação das redes sociais. Em vez de agir com firmeza contra os criminosos, insiste em mirar na liberdade de expressão, como se calar vozes críticas fosse sinônimo de proteger crianças. A resposta do Executivo a um crime hediondo não é endurecer penas ou reforçar os mecanismos de investigação, mas sim avançar com o velho projeto de controle do discurso.
A verdade é que o Brasil já possui leis, estruturas e orçamento para combater crimes como esse. O que falta é vontade política. Prova disso é que um youtuber, sozinho, conseguiu investigar e expor o problema que passou despercebido por instituições como o Ministério Público, a Polícia Federal, os Conselhos Tutelares e até pelo jornalismo profissional. Onde todos falharam, um cidadão comum agiu.
Em dezembro do ano passado, a comunicadora Antônia Fontenelle já havia feito denúncias sobre o mesmo caso. E a Justiça? Mandou apagar o vídeo. Hoje, os mesmos que ignoraram os alertas se dizem chocados.
Há anos, parlamentares como Damares Alves – ela própria vítima de abuso – lutam por penas mais duras contra pedófilos. Enquanto isso, a esquerda debocha e ataca. Porque proteger a infância não interessa quando o foco é o controle da informação.
Se o governo quisesse realmente proteger crianças, teria criado uma força-tarefa digital, estruturado canais ágeis de denúncia, endurecido penas, responsabilizado os omissos e colocado em funcionamento o prometido cadastro nacional de pedófilos.
Poderia, ainda, ter utilizado os R$ 54 milhões gastos no monitoramento de opositores nas redes no combate às quadrilhas de pedofilia on-line. A regulação da Internet é apenas uma cortina de fumaça. Nunca será solução. A verdadeira resposta é aplicar a lei e punir criminosos. Proteger a infância exige ações reais – e não discursos vazios.
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