O cancro togado da República vermelha, verde-amarela

Alex Pipkin, PhD em Administração


Todo mundo sabe que o Estado brasileiro existe para se sustentar. Tudo dentro do Estado, nada fora do Estado, nada contra o Estado.

O Leviatã tropical devora a pobreza que ele mesmo cria, mantendo o povo dependente para justificar a sua própria existência hipertrofiada.

Mas há um câncer particular nesse organismo inchado, que a grande maioria dos incautos brasileiros conhece, mas, por falta de discernimento, se resigna.

Claro, o poder judiciário.

A pergunta que não quer calar: Quem vigia o vigiador? O CNJ, em tese. Na prática, um mordomo de fraque, servindo espumante e penduricalhos.

E os penduricalhos, que tal? Auxílios, gratificações e verbas “indenizatórias” elevam salários a R$ 45 mil por mês ou mais.

Executivos privados dificilmente chegam a isso, e ainda precisam entregar resultados mais do que concretos.

O nobre togado civilizador tupiniquim entrega lentidão, corporativismo e uma retórica de “autonomia” que virou eufemismo para privilégio.

Enquanto o cidadão comum morre esperando a aposentadoria, o juiz recebe auxílio-moradia morando em sua própria casa.

Vivem em outro país, um país imaginário, com PIB suíço e consciência moral venezuelana. Surreal.

Para comparar, um juiz suíço magistrado ganha cerca de CHF 380.000 por ano, pagos de forma transparente, sem penduricalhos.

No Brasil, o total mensal de um juiz com benefícios muitas vezes ultrapassa o padrão suíço - e o piso salarial legal no país - sem correspondência em produtividade ou eficiência.

A grande maioria do trabalho, todos sabem, na prática, não é feita pelo juiz.

De fonte segura… Quem realmente trabalha é o exército de assessores que acompanha cada magistrado.

O juiz, com sua caneta Montblanc diplomata na mão, simplesmente assina as decisões.

O espetáculo dantesco é completo. Prestígio intacto, custo ao cidadão altíssimo, esforço concentrado em funcionários invisíveis.

A cada mês, pululam novos casos de corrupção no Judiciário.

E qual é a punição? Nenhuma. Grotescamente, recebem um prêmio, uma aposentadoria compulsória com salários intactos. Uma vergonha!

O ministro Fachin declarou que o STF “não aceitará” reforma administrativa no Judiciário. Não aceitará! Evidente…

Como se o Supremo fosse divino, acima da soberania popular. Não há diálogo, há decreto. Não há República, há feudo.

Que democracia nobre é essa, não é?

Eles se escondem atrás do véu do “governo do povo, para o povo”, mas temos uma cleptocracia judicial, uma casta que saqueia recursos públicos em nome da legalidade.

A toga virou manto de impunidade e a “autonomia” se transformou em licença para o desdém.

O Judiciário é uma ilha da fantasia vergonhosa, sustentada por um povo exausto, que já não aguenta mais empurrar a pedra de Sísifo.

É preciso romper esse ciclo. Já. Agora!

Reformar o Estado, sim, mas sobretudo derrubar o pedestal de mármore do Judiciário.

Usar tecnologia, inteligência artificial, gestão e meritocracia para devolver à Justiça eficiência, celeridade e moralidade.

O país precisa eleger políticos que não tremam diante da toga, que não estejam comprometidos e que tenham a coragem de mudar essa situação imoral e vexatória.

Enquanto o Brasil for literalmente governado por deuses de toga, o cidadão continuará sendo súdito e, claro, seguirá pagando a conta da eternidade, em suaves prestações mensais. Funesto.

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