Os bancos continuam sob proteção na Lava Jato


Embora não se tenha confirmado as previsões sobre um cerco aos bancos na Lava Jato – algo que foi especulado ao longo do ano passado –, as instituições financeiras vivem atualmente um período de exposição mais controverso, com questionamentos e suspeições freqüentes.
O noticiário está acostumado a ver o sistema bancário como algo homogêneo, apenas distinguindo os bancos públicos dos privados. Essa visão uniforme tende a facilitar o contágio tanto positivo quanto negativo do setor, mesmo se envolver especificamente uma instituição de um determinado segmento.
A Folha destaca na primeira página que empresas como Vale e Odebrecht foram à Justiça para não deixar prescrever o prazo para indenização de bancos suspeitos de combinar taxa de câmbio. Entre eles, BTG Pactual, Itaú BBA, Santander e Bradesco.
O Painel, no mesmo jornal, destaca que os bancos e as casas de câmbio estão “preocupados” com a intenção de parte dos 33 doleiros presos na operação Câmbio, Desligo colaborar com os investigadores, que desconfiam de “vista grossa”, e não apenas falha no compliance.
A Folha ainda informa que Gilmar Mendes deu uma guinada nas decisões sistemáticas pela libertação de presos da Lava Jato e manteve na prisão os doleiros da Câmbio, Desligo – o que deve elevar as especulações sobre possíveis denúncias contra o sistema bancário.
É claro que muito do especulado pelos jornais não passa de balões de ensaio ou movimentos que logo perdem fôlego, como aconteceu com as expectativas em torno da delação de Palocci envolvendo o sistema financeiro.
Mas também é fato que os bancos têm experimentado uma exposição midiática mais delicada, incluindo o recente debate sobre os juros bancários.
Especificamente sobre a Caixa, o Globo mantém a pauta do Porto Maravilha. Embora destaque o desentendimento entre Prefeitura e banco, a cobertura ainda tem tom ameno, sem apontar vilões. A coluna Broadcast, no Estadão, diz que a Caixa tem sido “dura” na negociação com a CSN, mas o material também se atém aos limites do negócio.
Esquerda
Ao mesmo tempo em que expressam preocupação com uma possível vitória da esquerda no Brasil, os jornais relativizam o impacto da vitória de López Obrador no México, ressaltando o aceno ao mercado e com o cumprimento dos compromissos firmados pelas gestões anteriores. Miriam Leitão classifica o resultado da eleição como boa notícia.

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