Acompanho resultados de pesquisas de opinião há mais de
duas décadas e analiso dados de forma longitudinal. Tal prática me permite
mensurar as mudanças comportamentais da sociedade.
E os dados indicam que a volatilidade da opinião pública
está cada vez maior. O que motiva a variação dela em um pequeno espaço de tempo
é a falta de crença. As pessoas mudam de ideia quando a sua decisão não foi
baseada em informações ou em um ideal de mundo. Na prática, nosso maior mal é o
desinteresse e a descrença com a política.
E a última avaliação do governo Bolsonaro é um exemplo
prático, que ilustra essa perspectiva analítica.
Segundo pesquisa nacional, realizada pelo Ibope, em março
de 2019, Bolsonaro é avaliado positivamente (como um governo ótimo e bom) por
34% dos brasileiros. Outros 34% avaliam como regular e 24% têm avaliação
negativa (ruim ou péssimo). E 8% não soube avaliar.
Pesquisa realizada pelo IPO – Instituto Pesquisas de
Opinião no Rio Grande do Sul, em março de 2019, demonstra que a opinião dos
gaúchos está literalmente dividida: 35,2% deles avaliam o governo positivamente
(ótimo/bom), 31,6% avaliam como regular e 33,3% avaliam negativamente o governo
Bolsonaro (ruim/péssimo).
As principais análises nacionais destacam que a avaliação
de Bolsonaro é menor do que a avaliação dos últimos presidentes eleitos,
realizadas no mesmo período. Mostram que Bolsonaro caiu 30% em relação à
pesquisa de janeiro de 2019, e que a sociedade brasileira está dividida, sendo
que apenas 1/3 tem uma avaliação positiva de Bolsonaro.
As análises evolutivas precisam ser feitas à luz das
variações comportamentais. O eleitor de hoje não é mais o eleitor do governo
Fernando Henrique ou de Lula.
Ao longo das últimas duas décadas, o eleitor sofreu
muitas decepções. As mesmas pesquisas que avaliam o governo Bolsonaro, conferem
que o eleitor está mais cético, confia menos nas instituições e acredita que os
políticos atuam em causa própria: roubando, desviando, favorecendo alguém ou,
simplesmente, sendo descomprometidos com as necessidades básicas da população.
Não podemos esquecer que Bolsonaro obteve 55,1% dos votos
válidos, mas que sua votação representou 39,2% dos eleitores brasileiros e as
pesquisas de opinião são realizadas com uma amostra de todo o eleitorado. Uma
analogia entre o percentual de votação de Bolsonaro com sua avaliação positiva
(ótimo e bom), demostra que Bolsonaro perdeu apenas 13,2% de apoio.
O elemento mais simbólico desta reflexão diz respeito à
diminuição da paciência do eleitor. Outrora, levava um ano para que ele se decepcionasse
com o candidato eleito. Antes, o eleitor garantia um salvo-conduto maior,
esperava ações para julgar o governante. Após a eleição de 2016, este marco
temporal foi para um semestre e, atualmente, está em um trimestre. Inclusive, o
mesmo fenômeno ocorre com o governador Eduardo Leite.
Esse comportamento pragmático do eleitor é mais emocional
do que racional e se baseia em percepções. Quando pensa em política, ele vive
uma constante dicotomia de sentimentos: deposita esperança em um candidato e se
frustra ao pressentir que o mesmo não tem condições de executar o que prometeu.
Mesmo quem não votou em Bolsonaro reconheceu seu discurso
em prol da moralidade política e segurança pública. Para resgatar sua
popularidade, o presidente terá que mostrar resultados nestas duas áreas.
2 meses de governo, e ainda acreditam em ibope.
ResponderExcluirESSES INSTITUTOS DE PESQUISA ESTÃO ENTRANHADOS NO ESTABLISHMENT! IBOPE É ANTIBOLSONARO! ESSE IPO NUNCA OUVI FALAR, MAS VOU PESQUISAR QUEM É ESSA ELIS RADMAN! DE QQ FORMA, O QUE BOLSONARO JÁ FEZ EM UM MÊS E MEIO DE LABUTA DEPOIS QUE SAIU DO HOSPITAL PELA TERCEIRA VEZ, É MUITO MAIS QUE QQ OUTRO! TRANSPARENTE, VOLTANDO ATRÁS QUANDO NECESSÁRIO, DANDO O EXEMPLO DE VIDA AUSTERA, LIDERANDO PELA SIMPATIA E ESTIMULANDO O POVO! DEVE TER 85% DE APROVAÇÃO! O RESTO É SARJETA IMUNDA.
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