A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso, de autorizar a operação da Polícia Federal nesta
quinta-feira, detalha o esquema de propinas envolvendo o líder do governo
no Senado, Fernando Bezerra Coelho, e seu filho Fernando Bezerra Coelho Filho,
que é deputado federal. Segundo o
despacho de Barroso, a PF apontou a existência de diversos elementos de prova
que indicam o recebimento, entre 2012 e 2014, de vantagens indevidas pelos
investigados, pagas por empreiteiras, em razão das funções exercidas por eles.
Bezerra Coelho, o pai, foi ministro da Integração Nacional no governo Dilma
Rousseff.
Saiba como a revista de hoje detalha os fatos:
O inquérito 4.513 foi instaurado por requisição do MPF
para aprofundar as investigações acerca dos fatos noticiados pelos delatores
João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Eduardo Freire Bezerra Leite e Arthur
Roberto Lapa Rosal. Eles decidiram cooperar com as autoridades após ter sido
identificado esquema ilícito da Operação Turbulência, que apurou o acidente
aéreo que vitimou o candidato à Presidência Eduardo Campos. Os delatores eram
ligados a esquemas criminosos das empreiteiras Camargo Corrêa e OAS.
Diz um trecho da decisão do ministro Barroso: “Os
colaboradores narraram, em síntese, que participaram do pagamento sistemático
de vantagens indevidas ao Senador da República Fernando Bezerra de Souza Coelho
e a seu filho, o Deputado Federal Fernando Bezerra de Souza Coelho Filho, por
determinação das empreiteiras OAS S.A, Barbosa Mello S.A, S.A Paulista e
Constremac Construções S.A. O montante total das vantagens indevidas chegaria,
segundo a autoridade policial, a pelo menos R$ 5.538.000,00”.
Outro trecho da petição: “Em seus depoimentos,
apresentaram detalhes de como eram levantados recursos financeiros para os
investigados. Foram apurados indícios de que Fernando Bezerra de Souza Coelho
teria solicitado e recebido para si e para outras pessoas, diretamente em razão
das funções de Ministro de Estado (Ministro da Integração) e parlamentar
(Senador da República), vantagens indevidas. Além disso, teria dissimulado a
origem dos valores recebidos diretamente de infrações penais, através de um
esquema de lavagem de capitais, envolvendo empresários, operadores e outros
políticos e pessoas jurídicas. Também seu filho, Fernando Bezerra de Souza
Coelho Filho, teria recebido para si diretamente em razão da função de
parlamentar (Deputado Federal), vantagem indevida de milhões de reais”.
Em sua decisão, o ministro Barroso conclui que há
diversos indícios de prática de crimes de corrupção ativa, corrupção passiva e
lavagem de dinheiro. “Fernando Bezerra de Souza Coelho e Fernando Bezerra de
Souza Coelho Filho são tidos como os beneficiários primários das vantagens
indevidas pagas pelas empreiteiras, de modo que se faz necessária a realização
de buscas e apreensões em seus endereços para a comprovação dessas suspeitas”,
diz Barroso no documento.
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