A ação se refere a supostos crimes cometidos entre 2010 e
2011. Bezerra Coelho, então secretário de Desenvolvimento de Pernambuco e
dirigente do Porto Suape, é acusado de ter recebido mais de 40,7 milhões de
reais em propina para beneficiar as empreiteiras Queiroz Galvão, OAS e Camargo
Corrêa nas obras da Refinaria de Abreu e Lima. O valor bloqueado se refere à
soma deste valor com os 217,9 milhões de reais apontados como dano ao
patrimônio da Petrobrás.
A petição inicial revela que o líder governista no Senado
“pediu a Paulo Roberto Costa [ex-diretor de Abastecimento da Petrobras] 20
milhões de reais de vantagens indevidas a cada empresa, valor destinado à
campanha de reeleição de Eduardo Campos” ao governo de Pernambuco em 2010.
Campos morreu em acidente aéreo em 2014, quando era candidato à Presidência.
No despacho, o TRF4 informou que Fernando Bezerra
“mantivera contato com Paulo Roberto Costa entre 2007 e 2010, em decorrência
das obras da Refinaria Abreu e Lima, situada em Pernambuco.” Traça, então, um
rol de “doações realizados pela (empreiteira Queiroz) Galvão ao Diretório
Nacional do PSB, assim como doações à campanha de Eduardo Campos, todas
realizadas em 2010. Essas doações teriam por fundamentado o contrato referente
à Refinaria Abreu e Lima.” Em 2017, Coelho trocou o PSB pelo MDB.
O bloqueio, determinado pelo TRF4 em um
recurso do MPF e da Petrobras na ação, tem por objetivo garantir eventual
ressarcimento de recursos públicos em caso de condenação ao final do julgamento
do processo.
Além dos 258 milhões de reais de Fernando Bezerra e do
espólio de Campos, a Justiça Federal de Curitiba impôs bloqueios no valor de
quase 2 bilhões de reais ao MDB, ao ex-senador Valdir Raupp e a outros
envolvidos; e 816 milhões de reais do PSB.
A ação de improbidade movida pela força-tarefa da
Operação Lava Jato aponta dois esquemas que desviaram verbas da Petrobras: um
envolvendo contratos vinculados à diretoria de Abastecimento e outro referente
ao pagamento de propina no âmbito da CPI da Petrobras em 2009.
O MDB afirmou, em nota, que a decisão do TRF4 de bloqueio
de valores do partido não se refere ao MDB Nacional, que não é parte no
processo. Segundo a legenda, os diretórios estaduais do partido são financeira
e judicialmente autônomos, pela legislação.
Procurada, a assessoria de imprensa de Bezerra não
respondeu a um pedido de comentário, assim como a assessoria do PSB.
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