Sergio Massa terminou na frente nas eleições realizadas neste domingo (22) na Argentina, com 36,2% dos votos.
Ele vai disputar a presidência com o candidato da direita Javier Milei, que obteve 30,19% dos votos e era o líder nas pesquisas de intenção de voto.
Em terceiro lugar ficou a candidata também de direita, apoiada pelo ex-presidente Macri, Patricia Bullrich, com 23,82%, seguida pelo peronista Juan Schiaretti, com 7% e Myriam Bregman, de extrema esquerda, com 2,66% dos votos.
46,5 milhões de habitantes e 35 milhões de eleitores
Economia e Brasil
Brasil e Argentina têm uma forte parceria comercial há anos. Trata-se do nosso terceiro maior destino de exportações, enquanto o Brasil é o principal comprador de produtos argentinos.
A Argentina vive, há décadas, uma crise econômica que envolve inflação e juros exorbitantes, altos níveis de pobreza, forte desvalorização cambial e a falta de reservas.
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) apontam que as nossas exportações para o país vizinho caíram 15% em 10 anos, tendo totalizado aproximadamente US$ 15,3 bilhões em 2022, ante os US$ 18 bilhões registrados em 2012.
Enquanto o país chegou a representar, em seu pico, cerca de 10% de toda a exportação brasileira no ano, esse número fechou o ano passado em 4,6%.
E neste ano não deve ser diferente: nos primeiros nove meses de 2023, as vendas do Brasil para a Argentina somam US$ 13,6 bilhões, o equivalente a 5,4% do total de exportações feitas pelo país no período.
“Ainda assim, a Argentina segue como o terceiro maior parceiro comercial do país.
A disputa pelo 2o turno
Os 3 principais candidatos foram estes
A frente política de Sergio Massa, o atual ministro da Economia,
Javier Milei, 53 anos, da Liberdade Avança, deputado federal ultraliberal de 1o mandato.
A coligação de Patricia Bullrich, ex-ministra de Segurança de Macri, em segundo com 28%;
Os planos de Javier Milei, o candidato da direita na corrida presidencial, geram preocupações em analistas e até no próprio governo brasileiro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu nesta semana que uma eventual vitória do economista ultraliberal traz receios.
Milei já disse que pretende limitar o comércio com o Brasil, chamou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de “comunista raivoso” e de “socialista com vocação totalitária”.
Suas principais propostas de campanha são a dolarização da economia argentina em etapas, a redução dos gastos estatais e a privatização de empresas públicas, tudo para conter a atual inflação desengreada, já em 130% ao ano e desenvolver de modo sustentável a economia..
No plano trabalhista, ele propõe o fim das verbas rescisórias para reduzir os custos trabalhistas, mas duas das propostas que mais geraram polêmica encontram-se na esfera de segurança: a desregulamentação do porte de armas e a militarização das prisões.
O 2o turno acontecerá no dia 19 de novembro.
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