Artigo, Silvio Lopes - Jagunços togados

Sílvio Lopes, jornalista, economista e palestrante.

As instituições brasileiras já não prestam prá nada. Nadinha mesmo. O Brasil  é hoje um vasto cemitério a céu aberto onde jazem a decência, a esperança e as virtudes que ostentaram civilizações prósperas, dos antigos sumérios para cá.

Já não há mais vida nas instituições nacionais, putrefatas pela irracionalidade e o despudor de uma cambada de "autoridades" com seus cérebros carcomidos por doses cavalares do que há de mais perverso e nocivo para sustentar o mínimo que seja de um padrão comportamental de decência e ética.

Como bem disse São Jerônimo em suas Cartas Persas, e diante desse processo de destruição/ desmoralização das instituições brasileiras, sob o férreo comando da chamada "Suprema Corte", " ninguém  pode caminhar em segurança em meio a serpentes e escorpiões". Sem a mínima segurança jurídica, país algum sobrevive, instituição alguma tem qualquer serventia e utilidade.

 A Roma antiga, de César, Cícero e Augusto foi a responsável por disseminar,  no Ocidente, o que fora a base da civilização  grega, tendo como sustentáculos as liberdades humanas e individuais. O império romano, desde então, deslanchou e conquistou 80% do mundo conhecido, à época.

 Diante dos frangalhos a que a tirania jurídica jogou nossa Constituição, e da decidida atitude de ignorar qualquer ação destinada à cumprir a lei e a ordem, como, aliás, os "magistrados" juraram fazer, pouca opção resta à parte sadia da sociedade no sentido de buscar o retorno da democracia em nosso país.

 Estamos, inapelavelmente, mergulhados no calabouço da escuridão democrática, vulgo tirania, de onde quem sabe,  poucas chances teremos de escapar.

 Ao invés de subordinados ao Estado, dentro da lei e das garantias individuais asseguradas, como pregava Aristóteles,   estamos, na verdade, sendo simplesmente anulados, absorvidos literalmente pelo Estado, no sentido platônico do termo.

 Se lá atrás, um grupo dos 11, sob a batuta do rei Pelé, nos enchia de orgulho e alegria, e despertava nosso amor à Pátria, um outro grupo de 11, hoje em dia, é motivo de nossa vergonha e indignação por condenar os brasileiros a um cárcere à céu aberto e nos roubar o sonho e a esperança de viver numa nação verdadeiramente democrática e que garanta as liberdades de ir e vir, de pensar e de se expressar.

 Do jeito que está posta a coisa, como disse Emil Faraht no livro O País dos Coitadinhos, só nos resta decidir entre fazer desta uma grande nação, ou deixar que a transformem num vasto  albergue( prisão). Como, aliás, está nos condenando esse maldito grupo dos 11 incrustado em uma sede de luxo e esplendor, em Brasília. É de desanimar. Ou não?


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