Estados
Unidos. Em decorrência de expressiva e continuada imigração ilegal, há elevada
incidência de prisões, o que resulta em dramática separação temporária de pais
e filhos (há centenas de crianças recolhidas aos albergues). O ato de separação
é conseqüência legal da prisão e responsabilização judicial do imigrante
ilegal.
Esta
circunstância – separação de pais e filhos – está gerando forte reação
internacional contra o governo norte-americano. O departamento responsável tem
sob sua custódia 12.000 menores de todas as idades, dos quais uns 10.000
entraram nos EUA desacompanhados de pais.
Os números da
imigração em território norte-americano são extraordinários. Estão acumulados e
pendentes 600 mil pedidos de asilo. Estas pessoas aguardam em liberdade, mas
não se reapresentam, provocando, no entender do governo norte-americano, um
fator de atração imigratória irregular.
Historicamente, os povos sempre ergueram muros e barreiras contra
“visitas” indesejadas. Por várias e diferentes razões. Os EUA são o alvo
favorito dos críticos. Há muros nas divisas da Califórnia, no Arizona, no Novo
México e no Texas.
Mas há muros
em todo o planeta. A Arábia Saudita tem o seu na fronteira com o Iêmen. E
constrói outro na divisa com o Iraque. O Marrocos levantou um no Saara contra a
Frente Polisário (que luta pela separação do Saara Ocidental, sob domínio
marroquino).
Barreiras
separam as Coréias do Sul e do Norte. No Chipre há um muro que divide as
comunidades grega e turca da ilha. E também já há muros separando palestinos e
israelenses.
E,
ultimamente, também os brasileiros – ao acolher venezuelanos, senegaleses e
haitianos, entre outros - passam a conhecer as dificuldades sociais que
ensejam as ondas migratórias.
Mas falemos
do nosso próprio “apartheid”. O que são nossas favelas? Nossos muros e cercas
elétricas, cães ferozes e guardas armados? O que é a ostensividade dos novos e
ricos condomínios? É o doloroso desencontro humano!
E ainda nem
falamos sobre o destino de refugiados ambientais. As mudanças e os desastres
ambientais globais afetam as populações e causam seu deslocamento territorial.
O esgotamento do solo e sua desertificação inviabilizam o trabalho, a
agricultura e a própria sobrevivência humana.
São exemplos
que determinam o deslocamento e desenraizamento de milhares de pessoas que
perdem suas casas, vidas e famílias. A ONU estima que hoje haja 50 milhões de
refugiados ambientais. E que em 2050 serão 200 milhões de pessoas.
Encerrando,
pergunto: seja por desemprego, pobreza, intolerância religiosa, racismo e/ou
por razoes ambientais, estamos todos preparados para, num futuro próximo,
abrigar milhares de pessoas de outras nacionalidades e regiões do mundo?
Excelente artigo que põe todos a pensar sobre as correntes migratórias e seus riscos, afastadas as posições demagógicas.
ResponderExcluir