Em outubro teremos eleições gerais no país, quando 147,3
milhões de eleitores irão escolher o novo presidente, além de governadores,
senadores e deputados federais e estaduais. O 1º turno será realizado em 07 de
outubro e o 2º turno deverá ocorrer no dia 28 do mesmo mês. Dada a relevância
do evento, é interessante conhecer alguns detalhes sobre o eleitorado
brasileiro e sua evolução desde a última eleição geral. Para tanto, utilizamos
alguns dos dados recentemente publicados pelo Tribunal Superior Eleitoral
(TSE).
Atualmente, 147,3 milhões de pessoas estão aptas a votar,
4,48 milhões a mais do que no pleito de 2014. São 5.570 municípios no Brasil e
mais 171 cidades fora do país, em que brasileiros cadastrados também poderão
votar. O município de São Paulo é o maior colégio eleitoral do país, seguido
por Rio de Janeiro e Brasília. Fora do país, Boston é a cidade com maior número
de brasileiros aptos a votar, 35 mil.
Regionalmente, houve pouca variação desde a última
eleição geral. Vale notar que duas regiões concentram 70% dos eleitores: a
região Sudeste tem 43% dos eleitores, seguido pela região Nordeste, com 27% dos
eleitores.
Em relação à última eleição, o número de eleitores da
região Sudeste cresceu em 1,8 milhão. No entanto, o maior crescimento
proporcional foi registrado na região Norte, com alta de 6,8% no número de eleitores,
isto é, pouco mais de 732 mil. Dessa forma, proporcionalmente, as regiões
Nordeste e Sudeste perderam participação, com aumento relativo das regiões
Norte e Centro-Oeste. Esses movimentos são modestos.
Em relação aos colégios eleitorais por estado, há grande
variação em tamanho. São Paulo, por exemplo, concentra 33 milhões de eleitores
e é o maior colégio eleitoral, praticamente do mesmo tamanho que a soma das
regiões Sul e Norte. Em seguida vem Minas Gerais, com 15,7 milhões de eleitores
(10,6% do total). O estado com menor número de eleitores é Roraima, com 0,23%,
ou seja, 331 mil. O mapa a seguir ilustra essas variações.
Por faixa etária, 57% dos eleitores têm até 44 anos, isto
é, 83,8 milhões de pessoas. Os eleitores homens são mais jovens em sua maioria,
refletindo a composição etária da população. Ainda assim, notamos
envelhecimento dos eleitores: em 2014, esse mesmo corte representava 59,3% do
eleitores.
Neste ano, são 860 mil eleitores a menos na faixa até os
20 anos. Enquanto na faixa de 35 a 64 anos houve um aumento de 5,1 milhões de
eleitores. Entre os eleitores com mais de 65 anos, houve aumento de 2,3
milhões. Esses dados apenas refletem o processo de envelhecimento da população,
tendência que deve se aprofundar nos próximos anos.
Em relação à escolaridade dos eleitores, uma ressalva
importante é que esses dados são informados no momento de cadastro, portanto
podem estar desatualizados. É verdade que o cadastramento biométrico atualiza
esses dados, mas em alguns municípios relevantes o cadastro ainda não foi
obrigatório, portanto, a atualização ainda pode estar incompleta.
Houve uma queda de 15 milhões de eleitores que possuem
apenas fundamental incompleto e um aumento de 7,6 milhões de eleitores com
ensino superior (incompleto e completo) desde 2014. Parte certamente se deve à
atualização de cadastro, mas parte também deriva do aumento de anos de
escolaridade da população ao longo das últimas décadas. O mesmo vale para o
número de eleitores que apenas leem e escrevem, que saiu de 17,2 milhões para
13,1 milhões desde a última eleição geral. Ainda assim, o número de eleitores
analfabetos caiu pouco comparativamente a outros níveis de escolaridade, saindo
de 7,3 milhões para 6,5 milhões.
As mulheres são a maioria do eleitorado, 77,3 milhões de
eleitoras e 52,5% do eleitorado total. Em relação às eleições de 2014, houve
aumento de 2,8 milhões de eleitoras aptas a votar. Os homens chegaram a 69,9
milhões de eleitores aptos a votar, isto é, 47,5% do eleitorado total1. Desde o
último pleito, aumentou o número de homens aptos a votar em 1,6 milhão.
Em resumo, nota-se grande variação regional no número de
eleitores, escolaridade e envelhecimento. A região Sudeste concentra o maior
eleitorado do país, seguida da região Nordeste. Há uma maioria de eleitores até
44 anos, mas já estejamos observando certo envelhecimento dos eleitores, em
linha com a dinâmica populacional do país. Por fim, há predominância feminina
entre os eleitores, ainda que não haja grandes diferenças entre os estados
brasileiros: a maioria fica muito próxima da média nacional. Já nas cidades
fora do país, há uma clara predominância de mulheres aptas a votar.
Com o cadastramento de biometria, muitos eleitores estão
atualizando seus cadastros, levando a mudanças importantes nas estatísticas. Em
2014, as estatísticas apontavam que 64% dos eleitores eram solteiros.
Provavelmente refletindo a idade com o que o título de eleitor é emitido, em
geral na adolescência. Em 2018, esse percentual já caiu para 59,6% e a
tendência é que com a atualização do cadastro esse valor recue mais nos
próximos anos.
Enquanto na média, 52,5% dos eleitores são mulheres, nas
cidades fora do país esse percentual é de 59%2. Em algumas dessas cidades a
proporção é significativamente maior, como em Oslo (76% dos eleitores
cadastrados são mulheres), ou em Roma, em que elas representam 75% dos
cadastrados.
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