O Relatório Trimestral de Inflação (RTI), divulgado hoje,
voltou a sinalizar que o plano de voo atual do Banco Central é manter a taxa
Selic em 6,50% nas próximas reuniões. Em linha com o sinalizado terça-feira na
ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o relatório
volta a reconhecer que as medidas de inflação subjacente se encontram em níveis
“apropriados ou confortáveis”, indicando convergência da inflação às metas em
2019 e 2020. Sob o cenário com taxas de juros e câmbio constantes, a projeção
de IPCA para este ano passou de 4,4% no RTI de setembro para 3,7% na leitura
atual, enquanto a de 2019 recuou de 4,5% para 4,0%. Já no cenário com câmbio e
juros do mercado, as projeções passaram de 4,1% para 3,7% e de 4,0% para 3,9%,
respectivamente, nos dois períodos. Em ambos os cenários e em outros dois
considerados, as projeções para o IPCA estão abaixo do centro das metas, de
4,50% e de 4,25% para 2018 e 2019, atingindo o centro apenas em 2020. É
importante notar que nos cenários em que a Selic segue trajetória da pesquisa
Focus (juros terminais em 8%), a inflação projetada fica abaixo do centro da
meta, o que seria indicativo de que a política monetária estaria, à frente,
ligeiramente contracionista.
Assim como na ata, o Banco Central aponta que o grau de
assimetria dos riscos diminuiu desde a última reunião, mas que os riscos
altistas para a inflação permanecem relevantes e seguem com maior peso no
balanço de riscos. O Banco Central também reafirma que a conjuntura atual
prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com juros abaixo da taxa
estrutural. Para o crescimento deste ano, o Relatório reduz a projeção
anterior, de 1,4% para 1,3% e para 2019, aponta expansão do PIB de 2,4%,
condicionado à continuidade da agenda de reformas estruturais. Em suma, à luz
do cenário básico, sem novos choques que alterem o
balanço de riscos prospectivos para a inflação e das sinalizações apontadas
pelo Copom, a Selic ficará estável ao longo de todo o primeiro semestre
de 2019, com altas em ritmo gradual a partir do segundo semestre, alcançando
7,25% no final do próximo ano.
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