O IPCA-15 de março registrou alta de 0,54%, conforme dados do IBGE divulgados ontem.
O resultado, assim como o IPCA de fevereiro, ficou acima das projeções – tanto do mercado (0,50%), quanto da nossa (0,52%) –, mas novamente trouxe uma abertura bastante favorável.
Enquanto os principais vetores da alta foram Transportes e Alimentação, os núcleos mantiveram a tendência de arrefecimento, corroborando nossa expectativa de manutenção dos estímulos monetários vigentes, como sinalizado na ata do Copom, também divulgada ontem. A trajetória prospectiva benigna de inflação, como esperamos, reflete o quadro de recuperação bastante gradual da economia, sem pressões importantes sobre os preços ao consumidor.
A divulgação atual reforça essa percepção. Os preços de combustíveis impulsionaram o índice em relação ao IPCA-15 de fevereiro, devido à alta nas cotações internacionais do petróleo, que influenciam diretamente os preços domésticos. No mesmo sentido, as altas de tomate, batata e feijão, em relação ao mês passado, refletem a piora do clima e a quebra de safra. Com esse choque de oferta, a variação do grupo Alimentação passou de 0,87% para 1,28% este mês, sendo que outros indicadores, como o IPC-Fipe (que mede a variação de preços na cidade de São Paulo) e o IPA-Agrícola, sugerem que ainda pode haver viés altista nas divulgações à frente. A maioria dos outros grupos, por outro lado, apresentou recuo de preços. Enquanto alguns itens de alimentação e combustíveis podem se manter pressionados no curto prazo, os preços de serviços seguem em nível comportado, ao mesmo tempo em que a ANEEL prevê redução no nível de reajustes para o ano, compensando parte dos impactos altistas. Com esse dado divulgado, o indicador acumulou altas de 1,18% no ano e de 4,18% nos últimos doze meses
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